sexta-feira, março 16, 2012

VOU LENDO: "O BARÃO DE LAVOS" (1891)

E assim, na nudez discreta da noite, na voluptuosa penumbra da saleta, aqueles dois esposos, na aparência tão próximos, ambos novos, ambos amantados na carícia do mesmo ambiente perfumado e morno,  obstinavam-se longe, muito longe um do outro; ele galopando o destrambelho do seu vício; ela deliciando a imaginação e envenenando os sentidos na tragédia dissolvente de Madame Bovary.
ABEL BOTELHO, O Barão de Lavos, Lisboa, Edição “Livros do Brasil”, s/d, p. 22.

5 comentários:

Maria Amélia disse...

Disperso escrevedor/disperso leitor?

Manuel Nunes disse...

Nenhuma dispersão: leitura perfeitamente enquadrada no plano de estudos. Abundantes referências à toponímia da Lisboa oitocentista. Também à vida social da burguesia (no estilo da história da Luiza queirosiana) e aos seus costumes dissolventes. Romance do naturalismo tardio: pertence à série "Patologia Social" (deixem-me rir).

reaccionário impudente disse...

Meu Caro Escrevedor:o romance é muito mais do que aquilo que diz. História de Luiza? Não me consta que entrassem efebos nessa história.

Manuel Nunes disse...

Caro Reaccionário, seja bem aparecido! Há quanto tempo... Queria o meu bom amigo que eu viesse aqui explicar o enredo? Cada um que descubra por si.
Grande abraço.

jmx disse...

Temos um projeto em curso de publicação de uma edição comentada de "O Barão de Lavos" que talvez lhe interesse: http://obaraodelavos.blogspot.pt/