domingo, novembro 29, 2020

LEITURAS

 Comecei a ler: 

«Niki, o nome que finalmente demos à minha filha mais nova, não é um diminutivo; foi um acordo a que cheguei com o pai dela. Porque, por mais paradoxal que possa parecer, foi ele que quis que ela tivesse um nome japonês, ao passo que eu - talvez por um qualquer desejo egoísta de não ter de recordar o passado - insisti que o nome fosse inglês. Acabámos por concordar que fosse Niki, talvez por acharmos que tinha um vago tom oriental.»

(Tradução do inglês de Maria do Carmo Figueira)


domingo, novembro 22, 2020

quinta-feira, novembro 05, 2020

AMÉRICA!

 

AMERICA

Centre of equal daughters, equal sons,

All, all alike endear’d, grown, ungrown, young or old,

Strong, ample, fair, enduring, capable, rich,

Perennial with the Earth, with Freedom, Law and Love,

A grand, sane, towering, seated Mother,

Chair´d in the adamant of Time.


WALT WHITMAN, 1888


segunda-feira, novembro 02, 2020

OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO

 «Olhai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. Porém, Eu digo-vos: nem o rei Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles. Ora, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é queimada no fogo, muito mais Ele fará por vós, gente de pouca fé!» – Mateus, 7, 28-30.

Continuo com Erico Veríssimo, Olhai os Lírios do Campo. Estou agora no cap. 7, quando Eugénio e Olívia, depois de receberem os diplomas da formatura em Medicina, se sentam nas escadas do monumento de «homenagem ao patriarca» e aí discorrem sobre o futuro, a amizade e a sua condição de jovens pobres cuja subida na vida teria de ser feita a pulso.

O monumento – na Praça da Matriz, de Porto Alegre - homenageia o político Júlio Castilhos (1860-1903), considerado pelos seus conterrâneos o Patriarca do Rio Grande do Sul.

Li o romance de Erico Veríssimo há mais de 30 anos. Em Outubro de 2012 estive em Porto Alegre e fotografei o monumento, conforme foto que ponho aí em baixo. Estava longe de me lembrar, então, daquela passagem do romance.


domingo, novembro 01, 2020

RELEITURAS

Relendo Erico Veríssimo (Cruz Alta, 1905 – Porto Alegre, 1975) para me distrair de certas leituras que faço por obrigação. P. 25 do meu livro:

«Eugénio tira o chapéu, passa a mão pelos cabelos. Tem na mente, numa inquietadora sucessão, as imagens das pessoas que sacrificou à sua carreira, ao seu egoísmo, à sua cega ambição. Fui um louco, um bruto – pensa ele. Considerava apenas o seu futuro, a sua ascensão na vida. A carreira estava em primeiro lugar. Depois, vinham os outros. Os outros… Os que o amaram sem pedir compreensões, os que não exigiram nada e lhe deram tudo. O pai, obscuro, humilde, humilhado, ferido de morte pela vida. A mãe, que sacrificara a sua mocidade ao marido, aos filhos, ao lar. Agora, estavam ambos mortos. Era o irremediável.»

Dois apontamentos sobre o paratexto: 1) O romance é dedicado a Mafalda, a mulher, de nome completo Mafalda Halfen von Volpe (Pelotas, 1903 – Porto Alegre, 2003) que lhe deu dois filhos: Clarissa, pois então, e Luís Fernando. 2) A breve nota da portada com o título “Maurício”, nome que é «símbolo de uma funda amizade» e de «recordação dos sonhos de solidariedade humana», refere-se ao editor e divulgador literário Mauricio Rosenblatt (Rosário, Argentina, 1906 – Porto Alegre, 1988).