segunda-feira, agosto 26, 2019

GRANDE PLANO


LISE DANVERS no primeiro episódio de Contos Imorais (1973), de Walerian Borowczyk. Filme visto no desaparecido cinema Castil por alturas de 1975. Numa praia, um primo perverso e uma felação ao ritmo da subida da maré. Interessante.


domingo, agosto 25, 2019

NADA DE RESSENTIMENTOS


Agora que se vem falando de Salazar, do projecto de um museu, centro de interpretação, exposição biográfica, cenográfica ou antológica, quiçá multimédia e interactiva, conceitos bem conhecidos dos entendidos, chamem-se eles Irene Pimentel, Nogueira de Brito ou Zé da Silva, dou o meu contributo para a discussão com a parte final do poema "Portugal", de Jorge Sousa Braga:
«Portugal estás a ouvir-me? / Eu nasci em mil novecentos e cinquenta e sete e Salazar estava no poder nada de ressentimentos / O meu irmão esteve na guerra tenho amigos que emigraram nada de ressentimentos / Um dia bebi vinagre nada de ressentimentos / Portugal depois de ter salvo inúmeras vezes os Lusíadas a nado na piscina municipal de Braga / ia agora propor-te um projecto eminentemente nacional / Que fôssemos todos a Ceuta à procura do olho que Camões lá deixou / Portugal  / Sabes de que cor são os meus olhos? / São castanhos como os da minha mãe / Portugal / gostava de te beijar muito apaixonadamente / na boca »
Este sim, seria um grande projecto! Com o beijo na boca e tudo.

sábado, agosto 24, 2019

DIÁRIO

Dei ontem com outra representação deplorável do poeta Sebastião da Gama, esta em espaço nobre de Vila Nogueira de Azeitão. Tirada polo natural a partir da fotografia na esplanada do forte do Portinho da Arrábida, dá-nos o artista, cujo nome não indaguei, uma espécie de figura serpentinata ao jeito de um maneirismo pós-moderno ou coisa que o valha.
A inauguração do conjunto foi feita em 2007 pelo PR Aníbal C. Silva.

quinta-feira, agosto 22, 2019

DIÁRIO


Almoço frugal, hoje, no exacto lugar de onde tirei a foto. O mar e a serra. Aqui não há pardais, só gaivotas. Sebastião da Gama: «Morreu no Mar a gaivota mais esbelta, / a que morava mais alto e trespassava / de claridade as nuvens mais escuras com os olhos.» - "Elegia para uma gaivota", Campo Aberto (1951), livro dedicado a José Régio e a Virgílio Couto (professor que acompanhou o estágio pedagógico de Sebastião da Gama na Escola Veiga Beirão de Lisboa). 


GRANDE PLANO

NAOMI WATTS em King Kong (2005), de Peter Jackson.


quinta-feira, agosto 15, 2019

DIÁRIO

A ler Siddharta, «um poema indiano». Ainda não escutei o Om, mas estou a gostar. Como diz o brâmane, é preciso pensar, esperar, jejuar. Não sei se bem, mas é o que tenho feito nestes últimos tempos.   

terça-feira, agosto 13, 2019

PINACOTECA

PIETER BRUEGEL, o jovem (1564-1636), Festa de Casamento (1620). Quadro arrestado a Ricardo Salgado em exposição no Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, Évora. Fotografia tirada hoje.

quinta-feira, agosto 08, 2019

quarta-feira, agosto 07, 2019

O QUE SE VÊ E OUVE NA TELEVISÃO


Sobre o convite ao advogado PARDAL para ser vice-presidente do sindicato dos motoristas de mercadorias perigosas, diz um dos sindicalistas: o convite surgiu por o dr. ser primo da minha esposa, também irmão de um motorista, etc.  
Esta coisa do “family gate”, de que o governo tem sido vastamente acusado, também se pega à classe operária.
Tenho a impressão de que isto só lá vai com a unicidade sindical.


segunda-feira, agosto 05, 2019

DIÁRIOS E SINCERIDADE

Hoje, veio-me este livro às mãos. É um conjunto de textos diarísticos que abre com o "Diário que Vergílio Ferreira escreveu para Regina Kasprzykowski"(19 de Julho a 14 de Outubro de 1944). E lembrei-me do que deixei escrito num trabalho académico de 2012. Citação:
« Vergílio Ferreira diz no diário que escreveu para Regina Kasprzykowsky (o que constitui uma curiosa derrogação do cânone do género, já que os escritos diarísticos, ainda que por vezes possam ter o próprio diário como interlocutor, costumam ser uma conversa do diarista consigo mesmo): Tu sabes que um diário é sempre falso. Nós somos quase sempre falsos até mesmo quando pensamos, porque o pensar é já desnudar-se uma pessoa perante si mesma. E no primeiro volume de Conta-corrente, regressa a este tema da sinceridade: Volto a isto - porquê? Um subtil ridículo de um "diário", da "confissão" - já o disse. Creio que a única possibilidade de me "pôr a nu" está no saldo de cada romance. O resto é pudor e consequente disfarce. Béatrice Didier vê a questão da sinceridade do diário íntimo como uma querela inútil: Le journal est insincère comme toute écriture; il a le privilège sur d´autres types d´écriture de pouvoir être doublement insincère, puisque, encore une fois, le "moi" est en même temps sujet et object.» 
Pronto. Depois disto, é pensar se vale mesmo a pena escrever um diário.


sábado, agosto 03, 2019

DIÁRIO

No Parque Urbano da Quinta das Conchas, cidade de Lisboa, cuja obra de qualificação recebeu os Prémios Valmor  e Municipal de Arquitectura 2005. É o que se lê numa placa que por lá se encontra, enquanto outra, não menos interessante, lembra ter sido inaugurado pelo edil Santana Lopes. As voltas que, depois disso, já o homem deu! Tirando algumas espécies infestantes, é um lugar ameno, quase poético. A poesia, afinal, é dentro de nós que está, e não nas árvores, nos relvados ou nos lagos. Deu para três quartos de hora de leitura: O Lobo das Estepes, de Hermann Hesse. 
=Foto de 3-8-2019=

quinta-feira, agosto 01, 2019

«Ó SORRISO DO MAR! Ó BÚZIO LONGO»

Representação de Sebastião da Gama no terraço do forte de Santa Maria da Arrábida. Trabalho um bocado risível, feito a partir de uma fotografia de 1947. O forte foi alugado em 1932 a Sebastião Leal da Gama, pai do poeta, para instalação de um restaurante e, mais tarde, uma pousada. Frequentado desde os dez anos pelo autor de Serra-Mãe, ali terão sido escritos alguns dos seus poemas. 
=Fotos de 31-7-2019=