domingo, maio 01, 2022

1º DE MAIO DE 2022

1º de Maio com temas novos e outros já vistos. «Todo o apoio à resistência Ucraniana», sem deixar de apontar a «hipocrisia da UE» e pedir o «fim da NATO». Exigência de polícias mais jovens e de «melhor polícia». Vasco é nome de Abril, sim senhor, e de muito mais. Quem serão os decisores do geronticídio em Portugal? Seria bom que fossem identificados. 

quinta-feira, abril 21, 2022

ÁLVARO RIBEIRO ANDAVA DE ELÉCTRICO

Por estes dias consultei na biblioteca este livro de JOÃO GASPAR SIMÕES, de 1938, oferecido a ÀLVARO RIBEIRO, fundador do grupo FILOSOFIA PORTUGUESA e autor de importante estudo sobre a obra de JOSÉ RÉGIO. Entre as páginas, encontrei um bilhete da Carris de Lisboa, demonstração evidente de que o filósofo andava de eléctrico e aproveitava o tempo das viagens para fazer as suas leituras. Aqui fica a nota, à margem dos assuntos que estão na moda. 


terça-feira, abril 19, 2022

MAJORES-GENERAIS

Eles andavam por aí, a gozar as reformas douradas. Agora falam nos canais de televisão como se a guerra fosse uma  ciência exacta e o sofrimento de civis e militares não interessasse para nada. Quando estive na tropa, em cumprimento de serviço militar obrigatório, chamávamos-lhes “chicos”. Tínhamos até um estribilho engraçado: «Estou farto deles, da chicalhada, / só mandam bocas e não fazem nada».

segunda-feira, março 21, 2022

segunda-feira, março 07, 2022

quinta-feira, março 03, 2022

ELENA OSIPOVA, de 78 anos, presa em São Petersburgo durante uma manifestação contra a guerra.  

domingo, fevereiro 27, 2022

LOS DESASTRES DE LA GUERRA

 

Francisco Goya: mais esclarecedor do que todos os comentários televisivos de majores-generais, coronéis e outros especialistas de caserna.

quarta-feira, fevereiro 23, 2022

LOS DESASTRES DE LA GUERRA, de Francisco Goya

Em matéria de comentários de guerra, é nestes que verdadeiramente acredito. Quanto ao mais, extraordinários aqueles tempos em que os Vladimiros eram Ilitch!

domingo, fevereiro 20, 2022

PASSEIOS DE DOMINGO

O IMPORTANTE É SENTIR O ESPÍRITO DO LUGAR. Desta sorte, Baixa da Banheira é tão apelativa como Cascais, Ericeira ou Sintra. Há o Parque Municipal José Afonso, a luz do estuário, os adultos a passearem, as crianças a brincarem, o melro de Guerra Junqueiro a gorjear nas árvores. E muito mais, ora veja-se o que não se vê em outros lados.

=Fotos de 20-2-2022



sábado, fevereiro 19, 2022

HIPÓLITO E FEDRA

Hipólito, de Eurípides, tragédia apresentada em 428 a. C. Vi a noite passada no Teatro Municipal Joaquim Benite com encenação de Rogério de Carvalho. Interessante confrontar com Fedra, de Jean Racine, apresentada em Paris no ano de 1677, em que o casto e misógino Hipólito se apaixona por Arícia, princesa da família dos inimigos mortais de seu pai Teseu. Em ambas, a injusta acusação contra Hipólito, a de se haver dado a amores incestuosos com a sua madrasta Fedra. Na  tragédia de Eurípides tem mais relevo a acção dos deuses, fazendo surgir em Freda a paixão deletéria pelo seu enteado. E em Racine, a baixeza da denúncia passa da esposa de Teseu para a ama, uma criatura servil.  
Falando da sua peça, dizia o dramaturgo francês: «O que posso garantir é que não escrevi quaisquer outras em que a virtude seja mais posta em evidência do que nesta. As menores faltas são nela severamente punidas. O simples pensamento do crime é visto com tanto horror como o próprio crime. As fraquezas do amor passam por verdadeiras fraquezas. As paixões são nela postas perante os olhos somente para mostrar toda a desordem de que são causa: e o vício é pintado com cores que lhe fazem conhecer e odiar a disformidade.»
No fundo, os objectivos que Aristóteles via na tragédia, conforme deixou escrito na sua Poética: despertar o temor e a compaixão como meios de o espectador alcançar a catarse. E fortes motivos havia em Hipólito para despertar tais sentimentos: a paixão incestuosa, a mentira, a acusação injusta, o castigo pedido aos deuses para um filho que com verdade se havia justificado junto do seu pai. Tudo isto pertence ao homem antigo e ao moderno. Daí a actualidade desta peça de há dois mil e quinhentos anos. 

terça-feira, fevereiro 15, 2022

GENE KELLY e LESLIE CARON - Cena de dança nº 2 - "UM AMERICANO EM PARIS"

Agora  que está em curso a Temporada Portugal-França 2022 (temporada de acontecimentos que durará até Outubro em muitas cidades e vilas de Portugal e de França) e quando o apelo da cultura gaulesa - sentido de forma singular por Eça de Queirós, Mário de Sá-Carneiro  e tantos outros - já não é o mesmo de outros tempos, este apontamento de Um Americano em Paris, lembrado por José Carlos de Vasconcelos no último número do JL. O deslumbramento por Paris e a França viveu na plenitude em Thomas Jefferson, presidente dos EUA: «Tout homme a deux patries; la sienne et la France». Seja então, e viva Um Americano em Paris.

quinta-feira, fevereiro 10, 2022

MONTE PARNASO


Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
(...)

Espero que nos próximos quatro anos não me acometam razões pra desejar ir-me embora pra Pasárgada... Mas não é este eventual mal de alma que me traz aqui. Lembrar, sim, o centenário da Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal  de São Paulo, de 11 a 18 de Fevereiro de 1922. Ali, num conjunto de intervenções, assinalou-se o nascimento do  movimento modernista no Brasil. Manuel Bandeira não esteve presente, mas um poema seu - "Os sapos", uma sátira ao Parnasianismo e seus epígonos - foi lido por Ronald de Carvalho com grande entusiasmo do público. Ronald de Carvalho, esse mesmo cujo nome figurava em Orpheu, junto do de Luiz de Montalvôr, como director da revista no Brasil. 

quinta-feira, fevereiro 03, 2022

LITANIA DO LÍTIO

 

venha a nós o lítio

pra transição energética

não tenhamos dúvidas

é tudo pela ética

#

a exploração do lítio

faz intrusões visuais

é mau prò turismo

e alojamentos rurais

#

o odioso profano vulgo

não gosta  do lítio

um minério bacana

bem melhor ku volfrâmio

#

gostemos do  lítio

prò gasóleo deixar

contra o efeito de estufa

marchar marchar

#

o lítio é bom

diz o nosso ministro

há estudos ambientais

pela fé de cristo

#

venha a nós o lítio

a ver se pega

antes o metal ecológico

kus danados do chega

 

quarta-feira, fevereiro 02, 2022

MONTE PARNASO

(...)
A relação entre um coisa e a sua causa
de facto é estreita
e depois
como disse Arnheim
entre uma luva de camurça
e uma montanha tibetana
é onde se situa a arte

- ANA HATHERLY, Itinerários (2003), "Domingo de Inverno"

quarta-feira, janeiro 26, 2022

ELEIÇÕES

Hoje, lendo algumas linhas espalhadas por aí, lembrei-me da recomendação de um velho dirigente comunista em certas eleições de 1986: «Se for preciso, tapem-lhe a cara com uma mão e votem com a outra.» Assim procurarei fazer.

sexta-feira, janeiro 14, 2022

QUINTA-FEIRA SOL DOURADO

O poeta (Ruy Belo) diz "Sexta-feira sol dourado", mas a expressão não fica mal num dia como este. Foi até ao fim, nem deu para ver o debate na televisão.
= Fotos de 13-1-2022.

terça-feira, janeiro 11, 2022

BIBLIOTECAS

 
Palácio dos Coruchéus, onde funciona um pólo das Bibliotecas Municipais de Lisboa. Edifício residencial construído no século XVIII e reconstruído após o terramoto de 1755. Uma biblioteca pequena, um grande lago de palavras.
= Fotos de 11-1-2022. 

domingo, janeiro 09, 2022

CONTADORES DE HISTÓRIAS


«As verdadeiras histórias nunca têm desfecho, continuam-se indefinidamente»

Esta frase de Irene Lisboa num muro de Arruda dos Vinhos. A escritora e professora nasceu neste concelho em 25-12-1892 e faleceu em Lisboa a 25-11-1958.
= Foto de 9-1-2022

quarta-feira, janeiro 05, 2022

ARTE AZULEJAR


Bonitos painéis azulejares no átrio de acesso à Biblioteca Camões da Rede de Bibliotecas de Lisboa. Apesar do vertiginoso Omicrão, as bibliotecas municipais estão a funcionar normalmente, apenas com a imposição do uso da máscara, norma vulgar de invulgar desconforto. Tão diferentes que estamos de anteriores períodos da pandemia! Já nos habituámos à ideia de que temos de viver com o bicho e as sucessivas doses vacinais. Para quando a quarta? 
= Fotos de 4-1-2022.

terça-feira, janeiro 04, 2022

LEITURA, O DESEJO

Um grande desejo de ir a Viseu depois da leitura do artigo de Patrícia Portela no último número do JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias. Sobre a pintura de Vasco Fernandes (Grão Vasco) e Francisco Henriques (1501-1506) para o Retábulo da Sé: visita dos Reis Magos, faltam dois dias, já não consigo chegar a tempo. Os reis, ou magos, são três, mas quem será a quarta figura junto do Menino Jesus? Um deles apresenta um toucado de penas, justamente como é descrito na carta de Pero Vaz de Caminha sobre o vestuário dos Tupinanbá. E ainda se diz mais: de D. Manuel I, do massacre dos judeus, e dos escritores que falaram sem peias do odioso acontecimento: Damião de Góis, Alexandre Herculano, Oliveira Martins, Garcia de Resende. 
Vou a Viseu, vou. 

segunda-feira, janeiro 03, 2022

UMA DOENÇA DA LINGUAGEM

A poesia é uma «doença da linguagem», pode ler-se em Ruy Belo - ensaio "Poesia e luta pelo poder", publicado no Diário de Lisboa, de 9-1-1972, e coligido no volume 3 da sua obra poética. A doença de se soltar da normalidade semântica e sintáctica comum ao discurso jornalístico, jurídico, científico, etc., afirmando-se com identidade única no domínio da comunicação linguística. Continuando com o mesmo ensaio, encontramos isto: «ao poeta compete dizer firmemente que não, tornar suas as preocupações dos outros homens, emprestar uma voz àqueles que por qualquer razão a não tenham, sejam eles pessoas, árvores, pedras ou simplesmente a terra, esta terra dos homens». Doença, efectivamente, uma boa e extraordinária doença! 

domingo, janeiro 02, 2022

ANO NOVO, CONTINUAÇÃO

Hoje à tarde em Alhandra, a Toireira*, antes de o nevoeiro levantar. Ao fundo, os barcos de recreio; os dos avieiros estão mais além. 

* Designação de Garrett em Viagens na Minha Terra..