A poesia é uma «doença da linguagem», pode ler-se em Ruy Belo - ensaio "Poesia e luta pelo poder", publicado no Diário de Lisboa, de 9-1-1972, e coligido no volume 3 da sua obra poética. A doença de se soltar da normalidade semântica e sintáctica comum ao discurso jornalístico, jurídico, científico, etc., afirmando-se com identidade única no domínio da comunicação linguística. Continuando com o mesmo ensaio, encontramos isto: «ao poeta compete dizer firmemente que não, tornar suas as preocupações dos outros homens, emprestar uma voz àqueles que por qualquer razão a não tenham, sejam eles pessoas, árvores, pedras ou simplesmente a terra, esta terra dos homens». Doença, efectivamente, uma boa e extraordinária doença!
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