segunda-feira, setembro 30, 2019
domingo, setembro 29, 2019
sábado, setembro 28, 2019
DELÍRIOS ECFRÁSTICOS
PRAIA DE BANHOS, PÓVOA DE VARZIM (1884), DE MARQUES DE OLIVEIRA
José Régio veio décadas depois
na nave redonda do Diana Bar.
Não a banhos, como as figuras
do quadro, mas para escrever
a confissão derradeira
no limiar da morte,
a luta perdida
nos corredores do tempo,
a moeda na boca para o sonâmbulo
barqueiro.
--- Cadernos
--- Cadernos
quarta-feira, setembro 25, 2019
ANTÍGONA, DE SÓFOCLES
Um desafio ao poder iníquo. Com mais de 2400 anos.
ANTÍGONA para CREONTE: «Não nasci para odiar, mas para amar.»
ANTÍGONA para CREONTE: «Não nasci para odiar, mas para amar.»
segunda-feira, setembro 23, 2019
DELÍRIOS ECFRÁSTICOS
JULIO, Epitalâmio (1931), óleo sobre cartão, colecção CMVC.
O noivo regurgita um esgar
de dentes rombos e já a garra adunca
dentro da luva de cerimónia
cerimonialmente avança
sobre o braço da eleita.
À noite, no suor do tálamo,
chupar-lhe-á os lábios,
os bicos dos seios
e sempre o sangue.
Uma terceira figura,
talvez do pai que lha passou,
assobia de mansinho
ao ar festivo.
Em fundo, a coluna
de volutas jónicas
ameaça desabar
sobre a convenção insana.
--- Cadernos
domingo, setembro 22, 2019
EM DEFESA DO CLIMA
GRETA THUNBERG. «Grande é a poesia, a bondade e as danças... / Mas o melhor do mundo são as crianças, (...)»
sábado, setembro 21, 2019
sexta-feira, setembro 20, 2019
NATÉRCIA FREIRE (1919-2004)
Uma das exposições em curso na Biblioteca Nacional sobre escritores nascidos há cem anos. Natércia Freire foi poeta, contista, romancista e jornalista cultural. Diz Teresa Sousa de Almeida, autora da folha da exposição: «O caso de Natércia Freire é muito particular, porque dirigiu o suplemento "Artes e Letras" do Diário de Notícias, entre 1954 e 1974, tendo sido a primeira mulher a fazê-lo, numa altura em que a instituição literária era sobretudo masculina, o que lhe deu uma grande visibilidade. Só muito mais tarde, em 1968, Maria Teresa Horta será convidada para dirigir o suplemento cultural de A Capital.» Sobre o livro de contos A Alma da Velha Casa (1945), há uma curiosa reacção de José Régio, autor do ciclo romanesco A Velha Casa (5 volumes publicados entre 1945 e 1966), em carta para o seu grande amigo Alberto de Serpa datada de Portalegre, 18 de Junho de 1945: «(...) Provas do primeiro volume de A Velha Casa, o qual se chama Uma Gota de Sangue (...) Não confies o título do romance. A Natércia Freire talvez se não tivesse lembrado de chamar a um seu livro A Alma da Velha Casa se o meu título geral se não tivesse espalhado tanto. E eu então, que nisto dos títulos sou duns zelos maníacos e ferozes! Já não lhe perdoo tal abuso.»
segunda-feira, setembro 16, 2019
EXPOSIÇÕES
"SARAH AFFONSO E A ARTE POPULAR DO MINHO", até 7 de Outubro na Gulbenkian, comemora os 120 anos do nascimento da artista. Na imagem, A Estrela, óleo sobre tela de 1937.
=Foto de 15-9-2019=
domingo, setembro 15, 2019
sábado, setembro 14, 2019
ANO DE 1919
Escritores nascidos no ano:
= João José Cochofel (1919-1982)
= Natércia Freire (1919-2004)
= Joel Serrão (1919-2008)
com exposições na Biblioteca Nacional;
= Fernando Namora (1919-1989)
com exposição no Museu do Neo-Realismo;
= Sophia (1919-2004)
= Jorge de Sena (1919-1978)
e há certamente mais...
quarta-feira, setembro 11, 2019
GRANDE PLANO
ORNELLA MUTI, no papel de Odette de Crécy, em Un amour de Swann (1984) de Volker Schlöndorff. Adaptado de Proust, pois então.
terça-feira, setembro 10, 2019
PINACOTECA
YASUO KUNIYOSHI (1889-1953), Circus Girl Resting (1925). Pintura exibida na "Advancing American Art", em 1946, exposição que reuniu 79 pinturas a óleo de 45 importantes artistas norte-americanos. A exposição viajou depois de Nova Yorque para Paris e Praga, onde obteve grande sucesso e polémica. O presidente Harry Truman criticou a orientação artística dominante, tendo proferido a propósito deste quadro a célebre declaração racista e reaccionária: « If that is art, then I am a Hottentot.»
sexta-feira, setembro 06, 2019
UM BANQUINHO...
«Pani Krysia, debruçada sobre a mesa de jantar, saia arregaçada, esticava os braços como se fosse uma cruz, fincando as mãos à toalha de renda. Com o peito espremido no tampo, erguia o queixo para o tecto como se visse o céu. Atrás dela, com os pés apoiados num banquinho, o presidente da Câmara trazia as calças pelos joelhos e dominava a beata puxando-a pelos atilhos do corpete.»
No capítulo seguinte é o escritor fictício que se pronuncia sobre a fabulação do seu relato: «O gajo não prestava, não valia nada! Um tipo daquele tamanho não chega aonde ele chegou sem se empoleirar. Há quem lhe chame canalhice, eu vi ali um banquinho, qual é o problema? Tens um banquinho, tens uma história.»
Este é um romance em que a história narrada se confronta com as motivações da narração, as fontes, o poder da fabulação, a angústia da criação, o real e o imaginário. Um bom romance, prémio Leya 2017.
quinta-feira, setembro 05, 2019
quarta-feira, setembro 04, 2019
ORDEEEEER!
NOT A GOOD START BORIS!, disse o incrível speaker John Bercow. Isto sim, vale a pena, não tem nada a ver com a pasmaceira enfatuada de S. Bento.
CINEMA PARAÍSO
Uma fantasia americana de 1946 dirigida por Frank Borzage. Apesar da "implausibilidade do argumento" e das "grotescas interpretações dos protagonistas" (João Bénard da Costa), é um filme que engaja o espectador no delírio, no conto de fadas, na música de Rachmaninoff com um invisível Rubinstein ao piano. Uma Catherine McLeod fabulosa e o final feliz que cai sempre bem. Passou ontem na Cinemateca.
terça-feira, setembro 03, 2019
PINACOTECA
PABLO PICASSO, Retrato de Dora Maar (1937). Mário Dionísio escreveu no prefácio de A Paleta e o Mundo: «A pintura moderna é obra de loucos? A pintura moderna é a verdadeira e única pintura? (...) A pintura moderna é uma parada de monstruosidades ou um encantador jogo decorativo? É uma arte requintada para raros conhecedores apenas ou o garatujar confrangedor de gente inepta e sem gosto?» -- As respostas são dadas ao longo de cinco volumes, 2ª edição pela Europa-América em 1973. Nova edição da Imprensa Nacional-Casa da Moeda em preparação.
domingo, setembro 01, 2019
DIÁRIO
Domingo a escutar a música radiofónica da vida. Aquilo que Amadeus Mozart aconselhou a Harry Haller, o lobo das estepes.
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