quarta-feira, abril 24, 2019

TOPÓNIMOS

O nome de Dom Fernando von Sachsen-Coburg und Gotha, vienense protector das artes, marido da Educadora, o tal do segundo casamento morganático, nestas singelas escadinhas ali para o lado de S. Pedro, Sintra, caminho de Santa Eufémia em Domingo de Páscoa ensolarado. 


sexta-feira, abril 19, 2019

QUINTA-FEIRA DE ENDOENÇAS


Seguindo a antiga tradição, tentei ontem visitar sete igrejas. Das sete escolhidas, só quatro estavam abertas: Sé, Santo António, Santo Estevão e Graça. Muito incenso e panos roxos. Bati com o nariz na porta em São Miguel, São João da Praça e Santiago de Lisboa. A igreja da Graça foi a última. Dei comigo a descer a calçada, à procura da buganvília do poema de Gedeão.

quinta-feira, abril 18, 2019

PINACOTECA

THÉODORE GÉRICAULT (1791-1824), Les trois amants, óleo sobre tela, Getty Museum, Los Angeles.

terça-feira, abril 09, 2019

AS CASAS, A VIDA

Foto de Março deste ano. Na zona escura, a mancha branca do canto inferior direito é a casa alpendrada mandada construir pelo meu avô há cem anos. Ali nasceram filhas e filhos, um rancho de gente criado entre afectos e o duro trabalho da terra. Havia vinha e olival, horta, árvores de fruto e animais de criação. Os anos passaram, não cheguei a conhecer o meu avô e os familiares que conheci morreram todos, ou quase todos. Ao fim do dia, quando o tempo está de feição, as nuvens tingem-se das melhores cores do sol. E a casa fica de um branco mais vivo, como um facho desafiador dos recessos da noite. Velha e solitária, não sei quanto tempo durará ainda a velha casa alpendrada. Mas dure quanto durar, não creio poder sobreviver-lhe. Apesar dos sofrimentos por que passam, as casas são sempre as últimas a morrer. E quando não são, dificilmente morrem no coração dos homens que as conheceram e amaram. 
Como diz o poema de Ruy Belo,
«Não sabem nada de casas os construtores
os senhorios os procuradores
Os ricos vivem nos seus palácios
mas a casa dos pobres é todo o mundo
os pobres sim têm o conhecimento das casas»
 

domingo, abril 07, 2019

SNU

Vi hoje num cinema de pipocas. Gostei da Inês Castel-Branco e do poema de Sá-Carneiro, o Mário:
«Ai, como eu te queria toda de violetas / E flébil de cetim... / Teus dedos longos, de marfim, / Que os sombreassem jóias pretas...»
Quanto ao resto, só medianamente me convenceu...
(Snu, realização de Patrícia Sequeira).


quarta-feira, abril 03, 2019

DRAMA OU TRAGÉDIA?

Litografia por Pedro Augusto Gugliemi

«Contento-me para a minha obra com o título modesto de drama: só peço que a não julguem pelas leis que regem, ou devem reger, essa composição de forma e índole nova; porque a minha, se na forma desmerece da categoria, pela índole há-de ficar pertencendo sempre ao antigo género trágico» - disse Garrett na Memória ao Conservatório Real de Lisboa, 6 de Maio de 1843. O obra em causa termina com a seguinte fala:
«PRIOR (indo buscar os escapulários ao altar-mor e tornando)
- Meus irmãos, Deus aflige neste mundo àqueles que ama. A coroa de glória não se dá senão no céu.»

(Em cena no D. Maria II)