domingo, janeiro 31, 2021

"PAZ AOS VENCIDOS"

Há uns trinta anos, encontrava-me eu no Porto por razões profissionais, quando fui surpreendido por umas salvas de tiros vindas de um qualquer ponto que não determinei. Era 31 de Janeiro, dia em que no ano de 1891 se deu a revolta republicana na Invicta. Lembrei-me hoje de que poderia tratar-se das comemorações do centenário, mas inclino-me a pensar que em cada ano, num qualquer lugar da cidade, são saudados desta forma os revoltosos de 1891. O espírito liberal e republicano do povo do Porto não oferece dúvidas. Aliás, ainda há uma semana tivemos a prova disso.

= Fotografia tirada por mim em Dezembro de 2019: monumento aos vencidos do 31 de Janeiro de 1891 no Cemitério do Prado do Repouso.


sábado, janeiro 30, 2021

A DERRADEIRA CONFISSÃO

De novo com este livro de José Régio, o qual, no dizer de Eduardo Lourenço, é o «último avatar da sua perpétua confissão» (“As confissões incompletas ou a religião de RÉGIO”, Colóquio/Letras nº 11, Janeiro de 1973).
Segundo Orlando Taipa, em “Introdução à Leitura de Confissão dum Homem Religioso”, a causa próxima deste livro – projecto antigo de José Régio –  foi a publicação do Caderno 3 da revista O Tempo e o Modo, em Setembro de 1968, intitulado “Deus o que é?”.
Fomos ver este caderno de 378 páginas. É composto de artigos de, entre outros, Manuel António dos Santos Lourenço, Jorge de Sena, Eduardo Lourenço, João Bénard da Costa, Vergílio Ferreira, António Alçada Baptista e Manuel de Lucena, além de uma secção antológica de textos doutrinários, testemunhos pessoais e debates gravados. José Régio não foi convidado a integrar a plêiade de colaboradores e isso deixou-o “picado”, como, nestes exactos termos, referiu Eugénio Lisboa (José Régio, a obra e o homem). O poeta de Vila do Conde e Portalegre foi esquecido e menosprezado pela direcção da revista, ele que vivia o problema de Deus (e do Diabo, também) desde o alvor do seu labor literário.
Resolveu, de imediato, começar a escrever a obra que justificava a sua peculiar posição sobre Deus e a religião. Reformado das funções de professor, tinha todo o tempo para se dedicar a ela, e a primeira redacção ficaria pronta em Abril de 1969. Só que com outros trabalhos a que não pôde virar costas e com o enfarte do miocárdio que lhe sobreveio em princípios de Outubro – causa da morte ocorrida a 22 de Dezembro – o livro ficou inacabado. A revisão autoral não passou de escassas páginas do Capítulo I e um último e importante capítulo – de título “A Religião para sempre” – não chegou a ser escrito.
Mesmo assim, é obra interessante de se ler, pelo conteúdo autobiográfico – que explica muito  dos seus anos de infância, adolescência e primeira juventude – e pelo forte pendor confessional que preside ao desenvolvimento das suas ideias sobre Deus e a religião. Aliás, voltando às palavras de Eduardo Lourenço no artigo da revista Colóquio/Letras, «mais confessional obra literária não existe entre nós.»

sexta-feira, janeiro 29, 2021

GRANDE PLANO

SEAN YOUNG, no papel de Rachael, em Blade Runner (1982), de Ridley Scott. Vi ontem, mais uma vez, num canal de televisão. A primeira foi há muito tempo numa sala do extinto Quarteto. 

quinta-feira, janeiro 28, 2021

O homem superior difere do homem inferior, e dos animais irmãos deste, pela simples qualidade da ironia. A ironia é o primeiro indício de que a consciência se tornou consciente. E a ironia atravessa dois estádios: o estádio marcado por Sócrates, quando disse «sei só que nada sei», e o estádio marcado por Sanches, quando disse «nem sei se nada sei».

= BERNARDO SOARES, ajudante de guarda-livros, Livro do Desassossego

quarta-feira, janeiro 27, 2021

FATOUMATA DIAWARA & ROBERTO FONSECA (JAZZ IN MARCIAC, 2014)

O TEMPO

Tenho aqui sobre a mesa, sempre à mão, uma edição popular deste livro. Digo popular porque me custou dois ou três euros – já não me lembro com exactidão – num alfarrabista da cidade. É um livro sem preâmbulos, sem estudos, sem notas – apenas com o prefácio de Fernando Pessoa  e a «autobiografia sem factos» do esforçado colaborador do guarda-livros Moreira e do controverso patrão Vasques.

Há bocado abri o livro ao acaso – como algumas vezes sucede – e dei com os meus olhos diante do fragmento nº 350 em que Bernardo Soares discorre sobre o sentido – digamos  metafísico – do tempo. Para alguém sujeito ao jugo do Deve e do Haver não está nada mal, constatação válida para este fragmento e para todos os fragmentos do livro. Cito:

«Não sei o que é o tempo. Não sei qual a verdadeira medida que ele tem, se tem alguma. A do relógio sei que é falsa: divide o tempo espacialmente, por fora. A das emoções sei também que é falsa: divide, não o tempo, mas a sensação dele. A dos sonhos é errada; neles roçamos o tempo, uma vez prolongadamente, outra vez depressa, e o que vivemos é apressado ou lento conforme qualquer coisa do decorrer cuja natureza ignoro.»

Para mim, pensador incipiente e de rebarbativos lapsos, o tempo é associado ao peso progressivo da idade, à dispepsia e à fadiga dos órgãos, embora não seja dos que tenham, por enquanto, as maiores razões de queixa. Como se vê, estou naquele círculo das sensações e das emoções, logro em que não caía o avisado empregado do escritório da Rua dos Douradores. Ele que assim fecha o seu fragmento sobre o tempo:

«Que coisa, porém, é esta que nos mede sem medida e nos mata sem ser? E é nestes momentos, em que nem sei se o tempo existe, que o sinto como uma pessoa, e tenho vontade de dormir.» 

Tal e qual como eu, quando sofro os achaques nocturnos da minha carne débil: tenho vontade de dormir, só que muitas vezes não consigo.

 

terça-feira, janeiro 26, 2021

UMA REVISTA DE HÁ 100 ANOS

Capa de Ruy Bastos para o nº 6 da revista A Hora – Revista-panfleto de arte, actualidades e questões sociaes –, de 23 de Abril de 1922, dirigida e redigida em grande parte por Ferreira de Castro (1898-1974). A edição em fac-símile dos números da revista foi feita pela Fundação Engº António de Almeida (em 2017), com apresentação e notas de Paulo Samuel. Neste número, o último, há artigos de Ferreira de Castro, Campos Lima (1877-1956) e Eduardo Frias (1895-1975) – figuras de uma forma ou outra ligadas à corrente anarquista ou ao anarco-sindicalismo, pese embora o desvio do último para o campo ideológico do corporativismo.

segunda-feira, janeiro 25, 2021

JULIA FISCHER, Caprice nº 24, Paganini

PRESIDENCIAIS 2021 bis


Delirantes os discursos de Rio e Chicão sobre os resultados eleitorais. Um a salientar o esmagamento da esquerda, agora reduzida a uns míseros 20% de votos; o outro a afirmar o papel determinante do seu partido nos números alcançados. O Costa deve-se ter fartado de rir, o Marcelo talvez não...
E que dizer do Bento Rodrigues da SIC a puxar repetidamente para a emissão os gráficos dos resultados nos distritos do Alentejo, onde o tal partido ficou em segundo lugar? O homem parecia entusiasmado, mas da minha parte admito que possa ter sido um erro de percepção... Nas redes sociais, houve quem falasse da memória traída de Catarina Eufémia e outras barbaridades condizentes. Há gente que não vê para além das cores das bandeiras. É por isso que...   

domingo, janeiro 24, 2021

PRESIDENCIAIS 2021

Votei com esta canetinha passava pouco das dez. Foi muito fácil, sem riscos e absolutamente indolor. Marquei a cruz a seguir ao nome e à foto de um candidato não populista, de discurso consistente, constitucional  e sério. Não tenho medo de ideologias, tenho medo, sim, de quem diz não as ter. 
A noite que venha para vermos o que acontece... E lembro-me de Álvaro de Campos:

Vem, Noite antiquíssima e idêntica,
Noite Rainha nascida destronada,
Noite igual por dentro ao silêncio. Noite
Com as estrelas lantejoulas rápidas
No teu vestido franjado de Infinito.

etc.

sexta-feira, janeiro 22, 2021

PEIXOTO À BEIRA-RIO bis

Esta tarde, em retiro unipessoal diante do rio, a acabar a leitura de Cemitério de Pianos, de José Luís Peixoto. 
Umas memórias póstumas servidas em puzzle ao leitor benévolo.
A história tem consistência e a escrita é estimulante, com alguns efeitos vanguardistas e pós-modernos:

«Puxou a Maria pelo. Pulso e levou-a pelo corredor e entraram no quarto onde dormiam todas. As noites e apontou. Para a estante cheia de romances. De amor que a Maria. Guardava desde menina. E que organizava por. Ordem alfabética e todas as histórias. Que conhecia de cor e que seria capaz de contar. Com todos os pormenores e. Apontou para a estante cheia.» (p. 173)
«Sobre a cama, um monte de páginas rasgadas e de capas rasgadas, títulos: sonhos de, paixão casamento na, primavera as chamas do coração mais, forte do que o preconceito vitória, do destino apaixonada pelo homem, certo rapariga e mulher amar pela primeira, vez o desconhe, cido irresistível flo, res demasia, do tarde pa, ra além do, desejo so, rriso c, rue, l am, a, nhecer, de e, mo, ç, õe, s.» (p. 174)

Peixoto, ó pá, o trabalho que tu me deste!

= Foto de 22-1-2021=

quarta-feira, janeiro 20, 2021

mezzo liveHD

Há programas de televisão que não posso deixar de registar. MAYRA ANDRADE, convidada de ROBERTO FONSECA, no festival "Jazz in Marciac" em 6 de Agosto de 2019. Assim mesmo como a vemos na foto. Foram minhas companhias no serão de hoje. 

Nota: Pode ser visto no YouTube.

terça-feira, janeiro 19, 2021

GRANDE PLANO

Mary McDonnell (1952) no filme Danças com Lobos (1990), dirigido e protagonizado por Kevin Costner.

ORTHOGRAPHIA REPUBLICANA

Continuo a ler a correspondência entre Fernando Pessoa e os directores da presença neste livro que, estranhamente, não indica na capa quem procedeu à edição e ao estudo das cartas publicadas: Enrico Martines, professor e investigador da Universitâ degli Studi di Parma.
Dei hoje com uma carta do poeta para João Gaspar Simões, datada de 3 de Novembro de 1931. Carta curta, enviando colaboração para o nº 34 da Presença. Veja-se o primeiro parágrafo:

Meu querido Gaspar Simões:
Ahi vae, segundo a promessa (d´esta vez milagrosamente cumprida), a collaboração que lhe prometi. Como a passei a limpo à pressa, não a puz em orthographia republicana, mas v. já sabe o que póde fazer, para a devida uniformidade da Revista.

Pessoa, pelo que se vê, escrevia ainda, em 1931, sem se preocupar muito com o Formulário Ortográfico de 1911, a «orthographia republicana», como diz. Tal é patente, para só citar alguns casos, no uso da letra h em posição medial (ahi e orthographia), nas consoantes duplas (collaboração) e no uso do grupo consonântico ph em vez de f. 
Isto de reformas ortográficas sempre teve os seus seguidores e os que pouco ou nada lhe ligam. Só que entre estes estão, por vezes, os nossos maiores.

segunda-feira, janeiro 18, 2021

PEIXOTO À BEIRA-RIO

Sugeriram-me a leitura deste romance e é o que vou fazendo ao sol de Inverno. Não é Kafka à beira-mar, como no título do conhecido autor japonês, mas Peixoto à beira-rio. Confesso que estou a gostar, apesar de não ser fácil de ler. Vou mais ao menos a meio do livro, ao quilómetro doze de Francisco Lázaro na maratona olímpica de Estocolmo. E saiba-se que o cemitério de pianos, por várias razões, não é um lugar de morte, antes o triunfo de Eros sobre Tânatos. 

PINACOTECA

Concerto Campestre (c. 1510), atribuído a GIORGIONE, TICIANO ou a ambos. Óleo sobre tela, Museu do Louvre. Quando ÉDOUARD MANET apresentou em 1831 o seu Déjeuner sur l`herbe (Museu d´Orsay), os que se escandalizaram não tiveram em conta esta obra inspiradora de três séculos antes.

domingo, janeiro 17, 2021

CONFINAMENTO, DIAS 2 e 3

Grassa aí pelas redes sociais e em comentários da televisão uma estupefacção / indignação por se ver tanto trânsito nas ruas, tantas pessoas em mobilidade.

Claro que não é admissível o alarde de alguns, deixando-se fotografar em restaurantes ilegalmente abertos, porque o perigo, o grande perigo, vem justamente desses convívios de mesa e salão em que as defesas se reduzem ao mínimo. Bem dizia aquele clone do nosso rei Carlos de Bragança, subdirector da D.G.S. ou coisa que o valha, que o consumo social de bebidas alcoólicas potencia o risco.

Porém, vistas bem as coisas, como poderia este confinamento ser igual ao outro? Há gente a trabalhar, a frequentar escolas, a ir aos supermercados e a dar o seu passeiozito higiénico. Querem que as pessoas se aprisionem nas suas próprias casas e  venham para as janelas às 10 horas da noite bater palmas aos profissionais de saúde?

Por favor, tenham noção do perigo e cumpram o que está determinado, mas sair não é impeditivo de uma conduta responsável.

Eu saio todos os dias. Ficar em casa seria mais seguro? Certo que sim. Posso apanhar o vírus? Igualmente certo. Mas também o posso apanhar nas idas aos supermercados, no dia das eleições quando for votar ou sempre que estiver com a minha neta que vai todos os dias à escola. Sejamos responsáveis e não deixemos de fazer o que é essencial para a nossa saúde física e mental. Um dia isto vai passar e é provável que fiquemos entre os sobreviventes. Tenham alegria. Saúde é o que desejo.   

= Foto de 16-1-2021, passeio ribeirinho de Vila Franca de Xira a meio da tarde. 


sexta-feira, janeiro 15, 2021

CONFINAMENTO, DIA 1

 Beira-Tejo, foto de 15-1-2021

= Resguardem-se o mais que possam, mas não dispensem um passeio higiénico diário. 


quarta-feira, janeiro 13, 2021

UMA CAMPANHA SEM ESQUELETOS

Acabaram os debates. Afinal não há candidatos infectados nem adiamento das eleições. Acções de rua só em novo estilo. Sobram as redes sociais - e aí é fartar, vilanagem! 
Dia 24, lá estarei de caneta em riste. Assim espero.

terça-feira, janeiro 12, 2021

ADOLFO-MIGUEL, FERNANDO E ÁLVARO - - COISAS DE OUTROS TEMPOS

 Rampa, poemas de Adolfo Rocha, Edições “Presença”, 1930.

Adolfo Rocha – que viria a adoptar o pseudónimo MIGUEL TORGA – , enviou um exemplar do livro a Fernando Pessoa. Este agradeceu por carta de 6 de Junho de 1930, dizendo: «Li-o e gostei d´elle. A sua sensibilidade é do typo egual á do José Régio – é confundida, em si mesma, com a intelligencia. O que em si é ainda por aperfeiçoar é o modo de fazer uso d´essa sensibilidade.» Pessoa avança de seguida com considerações sobre o uso da sensibilidade, a inteligência e de como a arte se move no meio de tudo isto.

As considerações  não agradaram a Adolfo Rocha que em carta de 9 de Junho responde: «Recebi a sua carta amável e confusa. Venho, portanto, agradecer a gentileza e, ao mesmo tempo, dizer-lhe que reputo de obscuro o seu conceito de poesia.» E acrescenta: «(…) a sua opinião a respeito do meu livro será a mais desinteressante de todas as recebidas…»

Fernando Pessoa dirá a João Gaspar Simões, por carta de 28 de Junho, que teria escrito à pressa a opinião sobre A Rampa. Além de que, na verdade, não foi ele a escrevê-la: «(…) transferi a redacção [da carta] para o sr. Engº Alvaro de Campos, cujo talento para a concisão em muito sobreleva ao meu.»

Sempre que o engenheiro naval por Glasgow era chamado aos assuntos de Fernando Pessoa, a coisa corria mal. Foi assim com Ofélia Queiroz e as cartas de amor, e também no encontro do Café Montanha com José Régio e Gaspar Simões. O raio do homem deitava tudo a perder, mas, faça-se-lhe justiça, não o escondia, como se vê nos versos de certo poema: «Todas as horas faço gaffes de civilidade e etiqueta» e «Tenho feito muitas coisas más, muitas coisas reles, muitas infâmias.» Assim mesmo.

= Citações: 1) Cartas entre Fernando Pessoa e os directores da presença, edição e estudo de Enrico Martines, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1998. 2) Arquivo Pessoa: obra édita, Poesia de Álvaro de Campos.


domingo, janeiro 10, 2021

LA BOHÈME, de GIACOMO PUCCINI

Musetta, o amor libertino, ao contrário de Mimi, o amor de paixão. Aqui na ária "Quando m´en vo", do 2º acto de La Bohème, sensualmente interpretada por Olga Kulchynska. No 4º acto, ante a doença de Mimi, Museta teve o gesto nobre de vender os seus brincos para pagar um medicamento. De nada serviu, a apaixonada do poeta Rudolfo lá partiu para as pradarias brancas da eternidade. 

quinta-feira, janeiro 07, 2021

BANDEIRAS DE ÓDIO

Ontem, em Washington, um energúmeno invasor do Capitólio empunhando a bandeira de guerra dos Estados Confederados. Muito revelador do que vai na cabeça dos white supremacists.

Por acaso tenho aqui à mão um livrinho sentimental e de bons sentimentos. Lenda ou não, lembrei-me do que disse Abraham Lincoln à sua autora quando a conheceu no princípio da Guerra Civil: «Então é esta a pequena senhora que deu início a esta grande guerra?» 


 Grandes guerras ainda a travar, 160 anos depois. 


terça-feira, janeiro 05, 2021

JAMES BOND NA FLORESTA DE SHERWOOD


Ciclo IN MEMORIAM SEAN CONNERY na Cinemateca. Vi ontem Diamonds Are Forever (1971), filme com um plot vertiginoso em que, a certa altura, já não se percebe quais são os "bons" e os "maus", com cenas de perseguições espectaculares: de automóvel, de mota e até de... carro lunar.
Mais serena a sessão de hoje com o filme Robin and Marian (1976), de Richard Lester. Robin Hood (Sean Connery) regressa da Cruzada onde, convertido à legalidade, serviu o rei Ricardo Coração de Leão. Foi na companhia do seu amigo Little John. Regressam e por morte do rei procuram refúgio na floresta de Sherwood, onde encontram os seus antigos companheiros vinte anos mais velhos como eles. Lutam então contra o poder tirânico de Sir Ranulf e do xerife de Nottingham que continuavam firmes nos seus postos. Lady Marian, recolhida como freira, retoma o amor antigo ao lado de Robin, embora o desfecho da história seja triste para os amorosos. Audrey Hepburn faz de Lady Marian, líndísima no esplendor dos seus quarenta e tal anos.