Vila do Conde, 29-6-2018
sábado, junho 30, 2018
terça-feira, junho 26, 2018
domingo, junho 24, 2018
NO MUSEU DO FADO
Num dos painéis alusivos a figuras do fado, os poetas David Mourão-Ferreira, José Régio e Alexandre O' Neill cujos poemas foram e são cantados por renomados fadistas. Destaque para Régio que no ensaio António Boto e o Amor (1938) tece interessantes considerações sobre a canção nacional: «Várias são as modalidades do fado, conforme o meio em que se desenvolve: Assim há o fado dos lupanares, das tabernas, das alfurjas: o fado de salão, de palco, de retiro, de coreto de rancho popular estilizado; o fado das alfamas e mourarias de Lisboa; dos luares do Mondego e becos da Alta de Coimbra; das revistas chulas do Porto ou dos cegos das feiras dos subúrbios. Assim há o fado que arrota e o que põe água de cheiro, o que soluça e o que satiriza, o que pode refrescar a literatura e o que a envilece, o que vai barra fora em terceira classe, guardado numa caixa de guitarra como no coração dum búzio saudoso, e o que se embarca em discos ou navega em ondas sonoras enviadas pelas emissoras. Assim há o fado às vezes execrável e o fado às vezes tocante, - um e outro característicos através das suas modalidades.» Mais adiante, o poeta de Vila do Conde e Portalegre aponta como fontes de inspiração do fado a «paixão do solo pátrio», a «vontade de aventura», o «desgosto das injustiças sociais», o «exibicionismo da desgraça», o «amor filial» e o «amor maternal», a «sede de piedade» e as saudades de tudo, palavras de um verso de António Nobre. Penso que o Museu do Fado terá em arquivo este texto do poeta, mas não deixarei de perguntar da próxima vez que lá for.
sábado, junho 23, 2018
sexta-feira, junho 22, 2018
LEITURAS TARDIAS
Ainda nos primeiros capítulos. Ismael, o narrador, professor rural oriundo de famílias distintas, embarca como marinheiro em qualquer navio sempre que se sente atacado por estados mórbidos. É, diz ele, a sua estratégia de luta contra o suicídio.
quinta-feira, junho 21, 2018
quarta-feira, junho 20, 2018
RECOLHA DE TEXTO E COLAGEM *
uma voz existe intersticial.
mole é contudo a espera
e tu jazes no chão.
passos na escada vacilante enganam.
é ela ou não ainda?
é ela quem sobe firmamente
é ela.
sem bater entrou
correu beijou-te a testa os olhos e a boca
o lábio inferior dela no superior da tua boca
num instante de paz.
hoje não posso
problemas de fêmea.
autoirónica sorriu e tu sorriste:
que chatice.
* ALMEIDA FARIA, I Fragmento de Rumor Branco, 5ª edição revista, Lisboa, Assírio & Alvim, 2012.
mole é contudo a espera
e tu jazes no chão.
passos na escada vacilante enganam.
é ela ou não ainda?
é ela quem sobe firmamente
é ela.
sem bater entrou
correu beijou-te a testa os olhos e a boca
o lábio inferior dela no superior da tua boca
num instante de paz.
hoje não posso
problemas de fêmea.
autoirónica sorriu e tu sorriste:
que chatice.
* ALMEIDA FARIA, I Fragmento de Rumor Branco, 5ª edição revista, Lisboa, Assírio & Alvim, 2012.
terça-feira, junho 19, 2018
segunda-feira, junho 11, 2018
domingo, junho 10, 2018
quinta-feira, junho 07, 2018
MADAME HYDE (2017), DE SERGE BOZON
ISABELLE
HUPPERT, foi por ela que me sentei na sala do Monumental. A transfiguração de
uma professora de Física perante uma
classe de jovens descendentes africanos, árabes e magrebinos. Lycée Arthur Rimbaud,
escola com nome de poeta maldito. O rap insubmisso
(«Demasiado trabalho na escola, e depois da escola não há trabalho») e versos
de “Les Phares”, de Charles Baudelaire. Um estranho caso, como o do Dr. Jekyll
e Mr. Hyde.
terça-feira, junho 05, 2018
TOPÓNIMOS
Domingo, 3-6-2018
Nenhum jasmim nestas escadas de luz e
sombra em cujas pedras cresce uma árvore como uma alegoria verde. Árvores em flor em
outros pontos da cidade. Nesta Lisboa, onde agora «a cor dos jacarandás floridos / se
mistura à do Tejo, em flor também,» (Eugénio de Andrade).
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