sexta-feira, abril 22, 2011

MÁRIO DE CARVALHO: UMA MÁQUINA DO TEMPO

A leitura adequada para esta época. Embrenho-me então no município de Fortunata Ara Iulia Tarcisis, algures na Lusitânia, na companhia do duúnviro Lúcio Valério Quíncio. Estamos no ano 213 da era de Augusto, 928 da fundação da Urbe, sob o império de Marco Aurélio Antonino.

sábado, abril 16, 2011

TOMAR


Charolinha, Mata Nacional dos Sete Montes, Tomar


Quem não ouviu contar histórias na infância ou delas não guardou na memória o seu maravilhoso irrepetível, pode ter crescido e se tornado gente, pode até ser pessoa válida e de bem, mas encontrar-se-á fatalmente amputado na sua plenitude imaginativa e criadora. Para nos tornarmos homens, é preciso que, em meninos, tenhamos aberto os olhos de espanto perante o canto de sereia das narrativas.

Garrett deixou-nos o testemunho do efeito que nele causaram as histórias da velha Brígida, criada que tinha todo o jeito e traça de bruxa, e era cronista-mor de feitiços e milagres:

(…) Suas longas histórias recontando / De almas brancas trepadas por figueiras, /De expertas bruxas de unto besuntadas / Já pelas chaminés fazendo víspere, /Já indo, às dúzias, em casquinha de ovo /À Índia de passeio numa noite… /E ai! se o galo cantou, que à fatal hora / Encantos quebram, e o poder lh’ acaba.[1]

Amanhã vou a Tomar em passeio com a Comunidade de Leitores da Biblioteca Municipal de S. Domingos de Rana. Foi em Tomar que, em menino, ouvi as melhores histórias da minha vida: histórias de bruxas, de lobisomens e de almas penadas – histórias que não metiam medo e em que queria com toda a força acreditar. Acho que foram a base da minha formação e valeram tanto ou mais que todas as disciplinas e seminários da Universidade. Uma dívida que não paguei e só de uma forma conseguirei pagar: nunca esquecer quem me as contava.



[1] Dona Branca, canto terceiro, estrofe III.

tuna fanfe - de mais ninguem, jantar recepção '09

domingo, abril 10, 2011

O MALATO ENTRE O FACTO E O FATO


Um argumento que tem sido usado com alguma frequência contra o novo acordo ortográfico é o caso de facto (sinónimo de acontecimento) passar a escrever-se fato, violando a dicção do português europeu e obrigando os portugueses a falarem como os brasileiros. Isto está completamente errado! A palavra tem dupla grafia e, entre nós, continuará a escrever-se como a pronunciamos, ou seja, facto – tal como factício e factual, palavras em que o c se pronuncia, embora em fator, fatorial, fatura e faturação, em que a consoante c é muda, ela desapareça da grafia. Vem isto a propósito de uma das últimas sessões do concurso do Sr. Malato na RTP1. Tendo perguntado a uma concorrente, opiniosa mas mal informada, o que pensava do novo acordo ortográfico, respondeu-lhe a inquirida com o argumento de peso da palavra facto. Ora o que é estranho é que o Sr. Malato, que citara o linguista Ferdinand de Saussure já não sei a propósito de quê, acabou por não desfazer o equívoco da concorrente. É claro que há coisas que sempre nos escapam, e conduzir um programa de televisão é trabalho complexo que pode dar origem a erros, omissões e lapsos... Assim, depois de ter enchido a boca de Saussure, o apresentador hesitou, calou-se, e a concorrente teve o seu momento de falsa glória. Não sei se ganhou alguma coisa no concurso: mudei logo de canal.

A CRISE - IV

A esfinge de Belém foi a Budapeste falar de "imagination". Inglês por inglês, prefiro o de Jorge Sampaio.

A CRISE - III

Aguardo com interesse o comentário do Prof. Martelo. Será que tem uma nova sondagem?

A CRISE - II

Políticos que se escondem atrás dos arbustos – uma boa metáfora. Se se escondem atrás dos arbustos têm de ser pequenos… E os arbustos, quem são? Ou quem é? Aceitam-se ideias. O homem estava empolgado, cheguei a pensar que ia pedir a maioria absoluta. Uma fera!

A CRISE - I

Passos, Relvas, Macedo – grandes políticos de outros tempos! Mas quem é que se vai lembrar, de aqui a uns anos, destes que agora se perfilam com os mesmos nomes?

segunda-feira, abril 04, 2011

De Mais Ninguém - Marisa Monte - Legendado


Sim, isto rebenta com qualquer coração! Nem novela camiliana, nem concerto de Tony Carreira, nem sei lá o quê... Dá gosto ouvir e meditar nos desfortúnios da condição humana!