E assim, na nudez discreta da noite, na voluptuosa penumbra
da saleta, aqueles dois esposos, na aparência tão próximos, ambos novos, ambos
amantados na carícia do mesmo ambiente perfumado e morno, obstinavam-se longe, muito longe um do outro;
ele galopando o destrambelho do seu vício; ela deliciando a imaginação e
envenenando os sentidos na tragédia dissolvente de Madame Bovary.
ABEL BOTELHO, O Barão
de Lavos, Lisboa, Edição “Livros do Brasil”, s/d, p. 22.
5 comentários:
Disperso escrevedor/disperso leitor?
Nenhuma dispersão: leitura perfeitamente enquadrada no plano de estudos. Abundantes referências à toponímia da Lisboa oitocentista. Também à vida social da burguesia (no estilo da história da Luiza queirosiana) e aos seus costumes dissolventes. Romance do naturalismo tardio: pertence à série "Patologia Social" (deixem-me rir).
Meu Caro Escrevedor:o romance é muito mais do que aquilo que diz. História de Luiza? Não me consta que entrassem efebos nessa história.
Caro Reaccionário, seja bem aparecido! Há quanto tempo... Queria o meu bom amigo que eu viesse aqui explicar o enredo? Cada um que descubra por si.
Grande abraço.
Temos um projeto em curso de publicação de uma edição comentada de "O Barão de Lavos" que talvez lhe interesse: http://obaraodelavos.blogspot.pt/
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