Nunca percebi o que se passou naquela noite,
no hotel perto da estrada onde
ficámos
depois de uma viagem de horas por
entre
clâmides de searas sob a luz e o vento
das planícies do sul. Os faróis
dos carros
projectavam súbitas claridades nas
paredes
do quarto, relâmpagos breves e
surdos
como os de uma trovoada dentro de
um sonho.
E então vi que choravas, um choro
silencioso,
inexplicado, mas tão real que nos tolheu
por muito tempo os gestos do
amor.
Penso hoje que teria bastado uma
palavra tua,
ou minha, um compreensível sinal contra
o silêncio
absurdo daquele prenúncio de
distância.
Sem comentários:
Enviar um comentário