Em frente do mar, como Júdice
Na esplanada, em frente do mar, vejo-te
como naquela tarde em que te sentaste no muro
de pedra que dava para a praia, e gozando
o voo das gaivotas sobre o areal e a espuma,
levantaste a fímbria da saia um
palmo acima
dos joelhos. Na minha mão despertou
a carícia que a tua pele insinuava, e tu riste
com a alegria de quem vê cumprir-se a promessa
dum afecto. Hoje pergunto-me como foi possível
chegarmos a este silêncio de olhos e vozes
que tomou conta de nós como um nevoeiro de gumes
insidioso e frio. Estendo o braço sob a mesa
da esplanada à procura da carícia antiga.
Mas já não a encontro.
dos joelhos. Na minha mão despertou
a carícia que a tua pele insinuava, e tu riste
com a alegria de quem vê cumprir-se a promessa
dum afecto. Hoje pergunto-me como foi possível
chegarmos a este silêncio de olhos e vozes
que tomou conta de nós como um nevoeiro de gumes
insidioso e frio. Estendo o braço sob a mesa
da esplanada à procura da carícia antiga.
Mas já não a encontro.
2 comentários:
Se a expressão da intensidade puder, de algum modo, romper a rigidez e o silêncio do túmulo, eu digo: obrigada, josé Rafael!
Eu remeto-lhe os agradecimentos. Como editor, fico satisfeito com o interesse demonstrado.
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