Número 1 da 2º série, de Novembro de
1939. Após um ano de interrupção, a revista aparecia com novo aspecto gráfico e
número acrescido de páginas.
Mas seria o canto do cisne.
Graves desinteligências entre os seus directores (José Régio, João Gaspar
Simões e Adolfo Casais Monteiro) não permitiriam ir além de um segundo número
da série, saído em Fevereiro de 1940.
Em carta escrita de Portalegre para
Alberto de Serpa (secretário de redacção
da revista), com data de 1 de Abril de 1940, diz José Régio: “Estou resolvido a
sair da presença, isto é: a acabar
com a presença. (…) A causa mais
próxima desta minha resolução é que o Adolfo, outra vez incompatibilizado com o
João, viu manifestações irritantes de conformismo e burguesismo
no “Diálogo Inútil” do nº 2, e pretende responder-lhe, no próximo número, com
um artigo que exibiria aos leitores os desencontros internos da direcção da presença… Isso não posso eu suportar.”
A inviabilidade da continuação da
revista não resultava somente das divergências existentes entre os seus
directores. Havia, por assim dizer, uma dificuldade de ordem espacial: José
Régio residia em Portalegre, João Gaspar Simões e Adolfo Casais Monteiro em
Lisboa, Alberto de Serpa no Porto. A folha coimbrã - "provincialista", segundo David Mourão-Ferreira - deixara de pertencer ao velho burgo académico.
Cada número passara a ser um exercício delicado, gerido a distância, desde a
angariação da colaboração e revisão das provas até à impressão e expedição dos
exemplares para os assinantes. Além de que José Régio, que era quem
efectivamente mandava na presença,
tinha outros projectos a que se dedicar.
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