sexta-feira, março 15, 2013

LÍDIA


Tinha na boca o rumor dos regatos e o hálito das urzes
na solidão das fragas. Percorria-lhe a pele o vento
cálido do desejo, o fervor sensual
dos pousios da carne.

Flor da montanha insciente e pura,
como podia saber, qual vedor de mistérios,
do olho de sangue
que à sua porta crescia?


Nota: Lídia é personagem do conto “Amor”, de Miguel Torga.
 

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