Ricardo Reis – o das
musas Lídia, Cloe e Neera – , seguidor da aurea mediocritas e do carpe diem
horacianos, chega à revista em 18 de Julho de 1927, no seu nº 6, com três odes.
Uma delas:
Quanta tristeza e amargura afoga
Em confusão a streita vida! Quanto
Infortúnio mesquinho
Nos oprime supremo!
Feliz ou o bruto que nos verdes campos
Pasce, para si mesmo anónimo, e entra
Na morte como em casa;
Ou o sábio que, perdido
Na sciência, a fútil vida austera eleva
Além da nossa, como o fumo que ergue
Braços que se desfazem
A um céu inexistente.
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