Diogo de Teive foi um humanista português que nasceu em Braga no princípio do século XVI e que se notabilizou como escritor e professor.
Ensinou na Universidade de Paris e no Colégio de Guiena (Bordéus), tendo sido professor do Colégio Real das Artes da Universidade de Coimbra. Toda a sua obra foi escrita em latim, opção linguística característica dos humanistas do Renascimento.
A ´´Tragoedia Joannes Princeps´´ é uma peça de teatro em cinco actos sobre o drama nacional resultante da morte prematura – possivelmente por doença diabética – do Príncipe João, filho do rei D. João III, único herdeiro directo da Coroa portuguesa.
Nenhum dos nove filhos do casamento de D. João III com D. Catarina de Áustria sobreviveu aos seus progenitores. O Príncipe João foi o último a desaparecer, pouco tempo depois de ter desposado D. Joana, filha do poderoso Carlos V, rei de Espanha e senhor de vastos domínios em todo o orbe.
Mas há uma esperança que atravessa o drama: o nascimento de uma criança que se gerava no ventre da Princesa – o ´´Desejado´´, o futuro rei D. Sebastião – e que ocorre já depois da morte do seu jovem pai. Para evitar emoções que pudessem afectar o normal desenrolar da gravidez, é ocultado à Princesa o grave estado de saúde do esposo. Dado que o parto estava para muito breve, o funeral realiza-se em segredo, seguindo o corpo discretamente para os Jerónimos.
Sabemos como se gorou o caudal de esperança depositado neste filho póstumo, sucessor do seu avô no trono de Portugal. A tragédia do Príncipe João afigura-se assim uma antecipação do desastre nacional protagonizado por um rei jovem e imaturo na Batalha de Alcácer Quibir. E curiosamente é a repetição de um drama semelhante, ocorrido dois reinados antes, quando o herdeiro de D. João II, o Príncipe D. Afonso, faleceu de uma queda de um cavalo em Santarém.
Para quem quiser ler esta obra, há uma recente edição bilingue latim - português da Fundação C. Gulbenkian / Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
D.E.
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