Um dos ciclos da programação de Julho da Cinemateca recebeu o nome de O CINEMA ITALIANO, LADO B. Trata-se de mostrar um conjunto de filmes de entre 1950 e 1980 fora das obras consagradas de grandes mestres como Rossellini, Visconti, De Sica, Antonioni, Fellini, Bertolucci, Pasolini, etc.
Hoje vi o interessantíssimo Pão, Amor e Fantasia (1953), de Luigi Comencini. Uma comédia romântica com laivos de neo-realismo soft. Vittorio De Sica (ele mesmo) e Gina Lollobrigida nos papéis principais. Ele, um capitão dos carabinieri, solteiro, maduro e bom rapaz colocado numa remota aldeia de Itália; ela, uma rapariga informal, mas de formal beleza, pobre e à procura de um grande amor.
Dá gosto ver estes enredos em que a pobreza social engendra personagens excepcionais (para o melhor e o pior), não faltando o braço (e o abraço) do cura de serviço a dar colorido às almas e aos insondáveis desígnios do Senhor. Santo António, o de Pádua, também apareceu a fazer das suas.
E não se convençam que foi o par da fotografia o bafejado pela sorte do amor. Foi-o, mas cada um com a sua metade própria: a rapariga com um dos soldados do capitão; este com uma parteira muito jeitosa, apesar de já ter deixado para trás a idade do viço absoluto.
É por coisas como estas que vale a pena viver.
Sem comentários:
Enviar um comentário