Sebastião da Gama (esquerda), com José Régio e Cristovam Pavia
ODE A UM AMIGO
(Ao Manel e ao Eurico)
Faltava-lhe a morte
para ser completo.
A taça estava cheia.
Faltava-lhe a pétala
da rosa
para transbordar.
A taça estava cheia
de amor e de esperança
e de mocidade.
A pétala caiu.
Transbordou a taça.
Mais pobre só o Mundo.
Completo, só ele,
que morreu sereno
como quem o sabe.
SEBASTIÃO DA GAMA, Cabo da Boa Esperança
2 comentários:
Não conhecia a foto!
Tinha visto em livro, já não sei qual. Tirei-a de aqui:
http://avozportalegrense.blogspot.pt/2010_12_01_archive.html
Penso que é de Portalegre, cerca de 1951 ( Cristovam Pavia nasceu em 33 e Sebastião da Gama morreu em 52, portanto...)
O Cristovam Pavia, como sabe, não dou novidade nenhuma, era filho do Francisco Bugalho, o presencista e grande amigo de Régio oriundo de Castelo de Vide. Na morte de Bugalho escreveu Régio: "Esta morte é um novo frio na minha vida; uma nova solidão. Sinto que vou morrendo eu próprio, aos bocados, com Estes que me vão faltando. A minha vontade de viver vai-se extinguindo com Eles. E nada há de literário neste sentimento, infelizmente. É demasiado real." PDI, 29-1-1949.
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