segunda-feira, outubro 28, 2013


RESULTADO DE UM DOMINGO MAIS VIVIDO QUE CONVIVIDO, estas fotografias ilustram uma atracção pelos comboios e as estações ferroviárias, locais de chegadas e, tantas vezes, de partidas sem retorno.
Lembro-me sempre de Antonio Muñoz Molina e do seu livro Sefarad: “É num comboio que um homem relata a outro a história que conta Tolstoi na Sonata Kreutzer”, ou, referindo-se a Primo Levi, o terror que sentia o escritor, pouco antes de morrer, perante “os vagões de carga selados que às vezes via nas linhas abandonadas das estações.” Durante cinco dias, em Fevereiro de 1944, Primo Levi  viajou de comboio para o campo de morte de Auschwitz. Sobreviveu.
Interessante é a referência à estação ferroviária de Gmünd, na fronteira da Checoslováquia com a Áustria. Nesta estação, “Franz Kafka e Milena Jevenska encontravam-se clandestinos no intervalo de tempo dos horários dos comboios, na exasperante brevidade das horas que se esgotavam enquanto se viam, enquanto subiam para um quarto inóspito do hotel da estação, onde o andamento próximo dos comboios fazia vibrar os vidros da janela.”

 

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