Dominava-o
uma espécie de dislexia dos fonemas
do amor e por
isso se acomodava ao fulgor
dos
silêncios, à morosa retórica dos actos falhados
que a
psicanálise tão bem explicou.
Era um solitário
entre penhascos povoados,
um viajante
que não conhecia a viagem.
Pensa agora que
se pudesse recomeçar separaria
o afecto do
orgulho e saberia distinguir
o viço de uma folha
de árvore de um galho seco da mesma.
Mas isso é o
que pensa e só diz nas escritas de água
com que se
paramenta. Na prática,
faz como o
filho de Cefiso e Liríope:
debruça-se
no regato do seu ego
e continua a
amar-se.
2 comentários:
Não sei que andas a ler, mas que é bonito, é...:)
Obrigado. Ando a ler MANUEL ANTÓNIO PINA, "Poesia Reunida", edição da Assírio & Alvim.
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