Por que
marés de algas chegas até mim
à flor da
praia? De que ilhas vens, por correntes e ventos
que desconheço? Estendo a mão
para te apanhar, como a uma concha
estriada de luz sobre a areia húmida.
Mas não chego lá.
Quando se pagavam os versos a peso de ouro por Augusto César, que sabe Deus se seria, ou não seria, era porque era um só Virgílio o que poetizava; mas hoje que se comutaram a poetas todas as sete pragas do Egipto, quem quereis vós que os farte, quanto mais que os enriqueça? --- D. Francisco Manuel de Melo, "Hospital das Letras".
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