sexta-feira, abril 16, 2021

SABRINA, BIANCA E JÚLIA

Um dos narradores de Cemitério de Pianos, de José Luís Peixoto, falando de além-túmulo como o Brás Cubas de Machado de Assis, alude às leituras mais ou menos furtivas de sua filha Maria: pilhas de romances das colecções Sabrina, Bianca e Júlia, oriundas do Brasil («livros que estavam escritos em brasileiro») e com sucesso neste nosso país de brandos costumes e leituras vagas. As histórias são mais ou menos eróticas, isto é, eróticas para aquele tempo em que apareceram, anos setenta do século passado, com namorados bonitos nas capas em poses de expressão amorosa.  Um apontamento do real relativo a um certo tempo, embora o tempo, e até o espaço, não pareça constituir preocupação do escritor na construção do entrecho. Este romance do Peixoto dá algum trabalho, mas estou a reler.

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