Não se subordinar a nada – nem a um homem, nem a um amor, nem
a uma ideia, ter aquela independência longínqua que consiste em não crer na
verdade, nem, se a houvesse, na utilidade do conhecimento dela – tal é o estado
em que, parece-me, deve decorrer, para consigo mesma, a vida íntima intelectual
dos que não vivem sem pensar. Pertencer – eis a banalidade. Credo, ideal,
mulher ou profissão – tudo isso é a cela e as algemas.
= Bernardo Soares, Livro do Desassossego.
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