terça-feira, agosto 27, 2013


Estou à beira do mar e espero sob este vento
que risca de cabeleiras brancas a superfície
das águas. Pergunto-me que frases,
que palavras devo dizer que não venham
nos dicionários informais do amor,
que gestos me devo permitir
para além dos imponderáveis acenos
ou dos cerrados encontros das mãos.
Esperarei como se não tivesse feito mais nada
desde o princípio dos tempos,
com o mesmo desejo de quem volta  
de uma longa viagem
e abre a porta de casa para morar num novo lugar
ou se abrigar no coração de alguém.

26-8-2013

 

3 comentários:

Maria Amélia disse...

Sem Título. Apenas belo. Balão de oxigénio pronto a expandir-se no peito amante, a guiar os passos, a desenhar os gestos, ainda que desastrados, no insólito da luz que possui, incendeia, fere, enaltece--triste e leda.

Manuel Nunes disse...

Está bem, aceito. Obrigado.

Maria Amélia disse...

Mas que suspeito conformismo...!