Gato de Mont-de-Marsan
Os poemas são
poliedros do indizível, irregulares
volutas nas sombras
parietais dos sonhos sonhados.
Por isso – e não por
qualquer outra razão
mais ou menos válida –
é que cada um vê neles
aquilo que muito bem
quer ver:
planície ou montanha, ribeiro
ou estuário, árvore
ou floresta. Já
cheguei a pensar – mas isso
é algo de que muitas
vezes me rio por não ser coisa
de levar a sério – que
os poemas têm parecenças
com os gatos: felpudos
e incertos, belos e perigosos,
fugidios moradores das
nossas almas de donos
angustiados
no suspeito
conformismo
de nos descobrirem
sempre de maneira diferente.
29-8-2013
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