quinta-feira, maio 03, 2012

"CAPITÃES DA AREIA"

                                      Do filme de Cecília Amado                                                          
  Museu do neo-realismo em Vila Franca de Xira
Romance engajado e militante duma literatura que influenciou decisivamente o neo-realismo português, conforme pode ser apreendido na célebre polémica de 1939, nas páginas da “Seara Nova”, entre José Régio e o jovem Álvaro Cunhal.  Já houve quem notasse a correspondência de “Esteiros” de Soeiro Pereira Gomes (publicado em 1941), um romance de meninos operários, com a narrativa dos meninos da rua de Salvador da Bahia: Gineto no Ribatejo e Pedro Bala na região nordestina do Brasil. Homens que nunca foram meninos ou meninos que sempre foram homens, a contraditória disjuntiva que exprime uma opressão social e política que teve lugar de ambos os lados do Atlântico. Por isso é bom ler Jorge Amado no ano do seu centenário e tentar conhecer o neo-realismo português cujo romance inaugural – “Gaibéus” de Alves Redol – se publicou em 1939, dois anos depois de “Capitães de Areia”.

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