Do filme de Cecília Amado
Museu do neo-realismo em Vila Franca de Xira
Romance
engajado e militante duma literatura que influenciou decisivamente o
neo-realismo português, conforme pode ser apreendido na célebre polémica de
1939, nas páginas da “Seara Nova”, entre José Régio e o jovem Álvaro Cunhal. Já houve quem notasse a correspondência de “Esteiros”
de Soeiro Pereira Gomes (publicado em 1941), um romance de meninos operários,
com a narrativa dos meninos da rua de Salvador da Bahia: Gineto no Ribatejo e
Pedro Bala na região nordestina do Brasil. Homens que
nunca foram meninos ou meninos que sempre foram homens, a contraditória disjuntiva
que exprime uma opressão social e política que teve lugar de ambos os lados do
Atlântico. Por isso é bom ler Jorge Amado no ano do seu centenário e tentar conhecer
o neo-realismo português cujo romance inaugural – “Gaibéus” de Alves Redol – se
publicou em 1939, dois anos depois de “Capitães de Areia”.
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