Será que José Régio não leu Os Thibault de Roger Martin du Gard com a profundidade que a obra em princípio reclamaria?
Numa entrada de 13 de Dezembro de 1958 do seu diário, encontramos o seguinte:
Diz-me um rapaz de Lisboa que o José Gomes Ferreira dizia de A Velha Casa: “Mas aquilo é Os Thibault…”.
Se A Velha Casa é ou não Os Thibault vou tentar agora tirar a limpo. Entre ontem e hoje já avancei em cinquenta páginas do primeiro volume, e não me parece obra para se deixar de lado.
Régio, no entanto, diz-nos:
Comecei (…) Les Thibault; e também os pus de parte, sem chegar a concluir o primeiro volume. Li fragmentos do segundo, e desisti. Recomecei este mês, neste ano, a leitura da obra, mas começando pelo volume L´été de 1914. Se puder lerei depois os restantes.
E logo depois:
Enfim, quase tudo me desgosta no pobre do meu Martin du Gard! Não mais escreveria eu uma linha n´ A Velha Casa, se acreditasse (como o Gomes Ferreira e, provavelmente, outros) que a minha obra não é senão uma réplica portuguesa, em menor, daquela penosa construção sem qualquer fagulha de génio…
O nosso escritor bem pode ter-se desgostado desta escrita sem fagulha de génio, mas lá que insistiu na sua leitura, insistiu. Alguma razão deveria ter para tal persistência.
Numa entrada de 13 de Dezembro de 1958 do seu diário, encontramos o seguinte:
Diz-me um rapaz de Lisboa que o José Gomes Ferreira dizia de A Velha Casa: “Mas aquilo é Os Thibault…”.
Se A Velha Casa é ou não Os Thibault vou tentar agora tirar a limpo. Entre ontem e hoje já avancei em cinquenta páginas do primeiro volume, e não me parece obra para se deixar de lado.
Régio, no entanto, diz-nos:
Comecei (…) Les Thibault; e também os pus de parte, sem chegar a concluir o primeiro volume. Li fragmentos do segundo, e desisti. Recomecei este mês, neste ano, a leitura da obra, mas começando pelo volume L´été de 1914. Se puder lerei depois os restantes.
E logo depois:
Enfim, quase tudo me desgosta no pobre do meu Martin du Gard! Não mais escreveria eu uma linha n´ A Velha Casa, se acreditasse (como o Gomes Ferreira e, provavelmente, outros) que a minha obra não é senão uma réplica portuguesa, em menor, daquela penosa construção sem qualquer fagulha de génio…
O nosso escritor bem pode ter-se desgostado desta escrita sem fagulha de génio, mas lá que insistiu na sua leitura, insistiu. Alguma razão deveria ter para tal persistência.
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