sexta-feira, setembro 18, 2009

REPÚBLICA DAS BANANAS

Estarão recordados de como Cavaco Silva chegou a presidente do PSD em Junho de 1985. Enfastiado da monotonia de Lisboa, viajou até ao congresso da Figueira da Foz para fazer a rodagem do carro que acabara de comprar. Só que entrou como militante de base e saiu como líder. Uns meses mais tarde seria primeiro-ministro, lugar que ocupou durante dez anos.
Hoje é presidente da república e tudo indica que se tenha servido de um jornal para construir uma intriga política. Teve tempo suficiente para investigar a vigilância que alegadamente lhe era movida pelos serviços secretos. Poderia ter confrontado o primeiro-ministro com as suas suspeitas, poderia ter accionado os órgãos de fiscalização, mas não, preferiu passar uma informação confidencial ao jornal de Belmiro de Azevedo e fazer rebentar a bomba em vésperas de eleições. Hoje descobriu-se-lhe a careca.
Cavaco Silva não é uma personalidade isenta e acima da esfera dos partidos, como é requerido pela função que exerce. Admite-se que esteja farto de coabitação e que bem gostasse de ter no governo a sua correligionária Manuela Ferreira Leite, mas não pode agir segundo modelos típicos de uma qualquer república das bananas. Seja qual for o resultado das presentes eleições, acho que não merece o segundo mandato. Espero bem que o perca!

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