LEITURA DO HEPTAMERÓN DE MARGARIDA DE NAVARRA, um conjunto de setenta e duas pequenas novelas escritas entre 1540 e 1549 segundo o modelo do Decameròn de Boccaccio. Não é fácil ler em francês do século XVI, mas devo dizer que veio em meu auxílio uma excelente tradução de Luiza Neto Jorge e Manuel João Gomes, Editorial Estampa, 1976.
Margarida foi uma mulher extraordinária. Irmã de Françisco I, rei de França, desposou em segundas núpcias Henrique d´Albret, rei de Navarra, pequeno território a norte dos Pirinéus ocidentais que se manteve independente depois da anexação do Reino de Navarra por Fernando de Aragão, em 1511, vindo a ser incorporado na Coroa de França em 1589. A formação cultural de Margarida e a grande abertura que demonstrou às correntes de pensamento do Renascimento, fizeram-na simpatizante da Reforma e protectora de poetas e artistas do seu tempo. A sua escrita prenuncia o aparecimento de importantes figuras femininas das letras francesas dos séculos XVII e XVIII, como Madalena Scudery e Madame Lafayette, numa altura em que o romance e a novela eram ainda considerados géneros literários menores.
As setenta e duas novelas do Heptaméron abordam temas sociais e humanos como as relações entre sexos, a virtude e o vício, clérigos lúbricos, maridos enganados e triângulos amorosos.
Escrevia dentro da liteira durante as demoradas viagens que fazia pelo sul de França. Fica-nos assim esta imagem de uma rainha deslocando-se com o seu séquito de cidade em cidade, de castelo em castelo, matando o tédio da viagem não em fúteis entretenimentos de sociedade, mas escrevendo sobre a índole humana, o eterno amor e as paixões da alma.
D.E.
Margarida foi uma mulher extraordinária. Irmã de Françisco I, rei de França, desposou em segundas núpcias Henrique d´Albret, rei de Navarra, pequeno território a norte dos Pirinéus ocidentais que se manteve independente depois da anexação do Reino de Navarra por Fernando de Aragão, em 1511, vindo a ser incorporado na Coroa de França em 1589. A formação cultural de Margarida e a grande abertura que demonstrou às correntes de pensamento do Renascimento, fizeram-na simpatizante da Reforma e protectora de poetas e artistas do seu tempo. A sua escrita prenuncia o aparecimento de importantes figuras femininas das letras francesas dos séculos XVII e XVIII, como Madalena Scudery e Madame Lafayette, numa altura em que o romance e a novela eram ainda considerados géneros literários menores.
As setenta e duas novelas do Heptaméron abordam temas sociais e humanos como as relações entre sexos, a virtude e o vício, clérigos lúbricos, maridos enganados e triângulos amorosos.
Escrevia dentro da liteira durante as demoradas viagens que fazia pelo sul de França. Fica-nos assim esta imagem de uma rainha deslocando-se com o seu séquito de cidade em cidade, de castelo em castelo, matando o tédio da viagem não em fúteis entretenimentos de sociedade, mas escrevendo sobre a índole humana, o eterno amor e as paixões da alma.
D.E.
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