Este vinho de mesa, de preço ciclópico, está à venda num supermercado popular da minha cidade. Tirei a fotografia na semana passada, lembrando-me daquele episódio antigo:
«"Ó Ciclope, olha, bebe este vinho! Já que devoras carne humana, / então fica a saber como era a bebida que trazíamos na nossa nau. / Trazia-te este vinho como libação, esperando que te apiedasses / de mim e me mandasses para casa. Mas estás louco, insuportável! / Homem cruel! Como é que no futuro virão outros homens / aqui ter, visto que o teu procedimento vai para lá da medida?"
Assim falei. Ele pegou na taça e bebeu. Maravilhosamente se alegrou, / ao beber o vinho doce. E pediu logo par beber uma segunda vez.»
--- Odisseia, canto IX, 347-354.
Se tivesse de pagar este preço, certamente que o Ciclope não beberia.
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