Dume, Braga, 18 de Agosto.
Aqui, diante da estátua de Martinho de Dume, bispo de Braga e Dume na segunda metade do século VI. O núcleo museológico, anexo à igreja paroquial, estava fechado. Tive a sorte de vir ter comigo o Sr. Bernardino, zelador do núcleo, que me viu a rondar o local. Abriu-me a porta e mostrou-me o resultado das escavações arqueológicas efectuadas no local: pedras do tempo do império de Roma, do templo suevo ali erigido no século VI e, claro, o túmulo magnífico do bispo Martinho.
Da História de Portugal de Joaquim Veríssimo Serrão respigo a seguinte passagem respeitante a Martinho e ao Reino Suevo:
«Após a morte de Réquila em 448, que chegou a sitiar Sevilha e Mérida, o novo rei Requiano converteu-se ao catolicismo em 456, procurando transformar em cruzada a luta contra os Visigodos, que se haviam federado com Roma para o domínio da Península. Mas algum tempo depois voltaram ao arianismo. Vindo de Tours chegara, entretanto, ao Noroeste da Península o monge Martinho, natural da Panónia, que fundou uma escola monástica em Dume e no ano de 556 foi elevado a bispo dumiense. A ele se deve a nova conversão dos Suevos, no início do governo de Teodomiro (558), cabendo ao Concílio de Braga, três anos mais tarde, acabar de vez com a heresia que alcançava grande voga em Espanha.»
O arianismo, heresia fundada no século IV por Ario, presbítero de Alexandria, tinha como elemento fundamental a negação da divindade de Jesus Cristo, para ele e seus prosélitos um simples instrumento de Deus.
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