quinta-feira, fevereiro 08, 2018

"A CARTOMANTE", DE MACHADO DE ASSIS

Nada canónico. No conto, a carta anónima não foi enviada ao marido, mas ao amante prevaricador, por sinal amigo extremoso do atraiçoado. Chamava-lhe imoral e pérfido, avisando-o de que a aventura era sabida de todos. Uma subtileza de Machado de Assis no século de Emma Bovary e Luiza Carvalho. A cartomante, uma italiana, sondara o insondável na claridade fosca do seu baralho de cartas, e encorajou-os a ambos: a infeliz apaixonada e o fogoso ragazzo innamorato. Morreram – o que a cartomante não previra (ou se calhar previra) – às mãos justiceiras do varão desonrado. 
= Leitura a 22 de Fevereiro na Comunidade de Leitores da Casa da Achada.


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