Nada canónico. No conto, a carta
anónima não foi enviada ao marido, mas ao amante prevaricador, por sinal amigo
extremoso do atraiçoado. Chamava-lhe imoral e pérfido, avisando-o de que a
aventura era sabida de todos. Uma subtileza de Machado de Assis no século de
Emma Bovary e Luiza Carvalho. A cartomante, uma italiana, sondara o insondável
na claridade fosca do seu baralho de cartas, e encorajou-os a ambos: a infeliz
apaixonada e o fogoso ragazzo innamorato.
Morreram – o que a cartomante não previra (ou se calhar previra) – às mãos justiceiras do varão desonrado.
= Leitura a 22 de Fevereiro na Comunidade de Leitores da Casa da Achada.
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