terça-feira, março 28, 2017

FRAUTA MINHA, QUE TANGENDO (4)

Queria conhecê-la, intimamente conhecê-la, como Ruy Belo queria conhecer a rapariga estendida ao sol num relvado de Cambridge. Queria inclinar-me sobre o ângulo do seu ombro e vê-la a ler estendida num relvado ao sol como a rapariga de Cambridge. O meu reino pela rapariga que não é a rapariga de Cambridge. Queria conhecê-la, mas isso, se calhar, talvez não seja possível. A rapariga que eu queria conhecer, intimamente conhecer, não é fotografia de bilhete postal como a rapariga de Cambridge que Ruy Belo queria conhecer mas nunca conheceu. A fotografia de um bilhete postal não é igual à realidade e a realidade é às vezes mais incompreensível que o sonho.
 

Sem comentários: