sábado, setembro 27, 2014

O CANTARIL


Afago-te a barbatana do dorso como a um animal
de pêlo, mesmo sabendo que vais rasgar-me os dedos
num assomo de lâminas e espinhos de roseira brava.
Enganador o género do teu nome: arranhas e mordes
com requintes de fêmea, e eu deixo-me morrer
sob o olho túrgido com que devassas os abismos
do oceano em riste. És tu ou o quê, bicho de sal e água?
Como-te num assado de forno; chamo-te peixe 
para esquecer que existes.

27/9/2014

Sem comentários: