Perdemo-nos
de nós como se o não soubéssemos,
logo agora que as cerejeiras estão em flor
e as tardes
flamejam de luz nos vitrais do tempo.
Falam-me de
ti muitos dos livros que leio,
alguns
filmes, palavras com que diariamente
me deito a
pensar no perfume de maçãs do teu corpo
naquela
noite em que nos vimos pela última vez.
Aceitemos as
coisas tal como são, não há hora
nem distância
que valham o pulsar dum poema.
Ainda bem termos
ficado por aí, entre o tudo
e o nada, no
esquecimento recíproco, seixos lívidos
sob o
tumulto do rio da vida, abraçados
a uma morte terna
e desejável,
única mãe de
que legitimamente renasceremos.
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