Basta uma
única sala do Rijksmuseum para se perceber a genialidade de Rembrandt. Em volta
da obra mais conhecida do artista, impropriamente designada como “A Ronda da
Noite” (1642) – na verdade o retrato de um cortejo cívico da Corporação de
Arcabuzeiros de Amesterdão (Milícia do Distrito II) – , expõem-se vários quadros
de outros pintores alusivos a diversas milícias existentes na cidade nos anos
30 e 40 do século de ouro holandês. São obras tecnicamente perfeitas, mas convencionais em termos narrativos e de disposição das figuras.
Rembrandt, por seu lado, oferece-nos um quadro de grande expressão poética,
sem concessões à estrita representação da realidade. Cada figura – desde o capitão
Frans Banninck Cocq a Saskia ou ao militar de um só olho visível que surge por cima
da cabeça do capitão (um auto-retrato?) – emociona e desafia o observador. Razão
para se repetir o célebre aforismo da Antiguidade: “A PINTURA É POESIA MUDA, A
POESIA É PINTURA FALANTE”.
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