sexta-feira, dezembro 27, 2013

"A PINTURA É POESIA MUDA"

Basta uma única sala do Rijksmuseum para se perceber a genialidade de Rembrandt. Em volta da obra mais conhecida do artista, impropriamente designada como “A Ronda da Noite” (1642) – na verdade o retrato de um cortejo cívico da Corporação de Arcabuzeiros de Amesterdão (Milícia do Distrito II) – , expõem-se vários quadros de outros pintores alusivos a diversas milícias existentes na cidade nos anos 30 e 40 do século de ouro holandês. São obras tecnicamente perfeitas, mas convencionais em termos narrativos e de disposição das figuras. Rembrandt, por seu lado, oferece-nos um quadro de grande expressão poética, sem concessões à estrita representação da realidade. Cada figura – desde o capitão Frans Banninck Cocq a Saskia ou ao militar de um só olho visível que surge por cima da cabeça do capitão (um auto-retrato?) – emociona e desafia o observador. Razão para se repetir o célebre aforismo da Antiguidade: “A PINTURA É POESIA MUDA, A POESIA É PINTURA FALANTE”.

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