Quem possuir os dois tomos que se perfilam na banda direita desta imagem, pode estar certo de que tem consigo uma obra valiosa. Para comprová-lo bastará ler a abertura do capítulo II das Viagens, um exemplo vívido e inultrapassável de ironia romântica:
Estas minhas interessantes viagens hão-de ser uma obra-prima, erudita, brilhante de pensamentos novos, uma coisa digna do século. Preciso de o dizer ao leitor, para que ele esteja prevenido; não cuide que são quaisquer dessas rabiscaduras da moda (…) sem nenhum proveito da ciência e do adiantamento da espécie.
Porém, há quem nunca abra estes livros e os tenha como simples ornamento de estantes nas salas harmoniosas, em sintonia decorativa com a cor dos cortinados e os galões das sanefas. Ignoram os tesouros que a obra contém, mas não desconhecem certamente o seu valor de mercado:Uma obra valiosa, de facto: 1000 EUR a custo justo!
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