Por esta passagem se percebe como a autobiografia de Roland Barthes é tudo menos a explanação da noção tradicional de autobiografia:
A mim, eu (Moi, je)
Um estudante americano (positivista ou contestatário: já não consigo distinguir) identifica, como se fosse óbvio, subjectividade com narcisismo; pensa certamente que a subjectividade consiste em falar de si, para dizer bem. Isto, por ser vítima dum velho casal, dum velho paradigma: subjectividade/objectividade. Todavia, hoje em dia o sujeito toma-se noutro lado e a “subjectividade” pode regressar noutro ponto da espiral: desconstruída, desunida, deportada, sem amarras: porque não hei-de falar de “eu”, uma vez que “eu” já não é “mim mesmo” (je – moi-même)?
A mim, eu (Moi, je)
Um estudante americano (positivista ou contestatário: já não consigo distinguir) identifica, como se fosse óbvio, subjectividade com narcisismo; pensa certamente que a subjectividade consiste em falar de si, para dizer bem. Isto, por ser vítima dum velho casal, dum velho paradigma: subjectividade/objectividade. Todavia, hoje em dia o sujeito toma-se noutro lado e a “subjectividade” pode regressar noutro ponto da espiral: desconstruída, desunida, deportada, sem amarras: porque não hei-de falar de “eu”, uma vez que “eu” já não é “mim mesmo” (je – moi-même)?
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