quarta-feira, maio 18, 2011

"A SALA MAGENTA"




Duas peças paratextuais de “A Sala Magenta”


1ª Uma ADVERTÊNCIA do autor:

A acção e as figuras deste romance reportam-se a um mundo ficcional de entrada franca, sem chaves ou gazuas. Procurar moldes da vida real para acontecimentos e personagens é ter em má conta a imaginação do autor. Pode ser que ele o mereça, mas não os lesados por equívocos de leitura.

MdC


2ª Uma das cinco epígrafes do romance – parte de uma carta de Eça de Queirós em que o grande mestre do nosso realismo-naturalismo procura explicar que a personagem Tomás de Alencar de “Os Maias” nada tem a ver com a personagem real do escritor ultra-romântico Bulhão Pato:

E visto que nada agora pode justificar a permanência do Sr. Bulhão Pato no interior do Sr. Tomás de Alencar, causando-lhe manifesto desconforto e empanturramento – o meu intuito final com esta carta é apelar para a conhecida cortesia do autor da “Sátira”, e rogar-lhe o obséquio extremo de se retirar de dentro do meu personagem.


Digo-vos à puridade (comecei agora a usar esta expressão!) que acredito tanto em Eça como em Mário de Carvalho. Ou seja, apreço literário à parte, não tomo como sinceras nem a advertência do autor de “A Sala Magenta” nem a carta do grande escritor de “Os Maias”.

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