domingo, dezembro 06, 2009

LA LOCA DE LA CASA, Rosa Montero

Como a autora refere, o relato autobiográfico nunca é fidedigno. Interpõem-se entre o narrador (autobiógrafo) e os factos narrados os ponderosos efeitos da memória e da selectividade (por vezes inconsciente). É por isso que de acordo com Jean Starobinsky, um estudioso de literatura autobiográfica, a imagem do eu transmitida na autobiografia não é dissociável de um certo coeficiente de alteridade.
Isto para dizer o quê? Que estoy encantado com o livro da Rosa Montero, e que apesar de tudo o que se diz sobre a impostura inerente aos escritos autobiográficos, me pareceu muito sincero e corajoso o capítulo 3, aquele em que a autora, com vinte e três anos, se envolve sexualmente com o actor de cinema M.
Uma boa surpresa este livro que já li até metade. Lá estaremos dia 18, no nosso espaço de livros e emoções.
(Texto importado de www.comolhosdeler.blogspot.com, blogue da COMUNIDADE DE LEITORES DA BIBLIOTECA DE SÃO DOMINGOS DE RANA)

2 comentários:

Ricardo António Alves disse...

Que vontade de regressar à Bib.
O pior é o tempo e os compromissos.
Ab.

Manuel Nunes disse...

Esqueçam esse disparate do "muito sincero" e "corajoso" capítulo 3. É o que faz atrevermo-nos a juízos quando não se passou da primeira metade do livro. Agora que li tudo sei que há três versões do episódio narrado no tal capítulo. Três? Não serão mais? Como este leitor é ingénuo!
M.N.