sexta-feira, maio 12, 2017

FÉ, ESPECTÁCULO E INDIGNAÇÃO

Na “Introdução à leitura de Confissão dum Homem Religioso”, obra de José Régio, escreveu Orlando Taipa: «Visitara Portalegre, em 12 de Maio desse ano [1947], a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima e pareceram-lhe [a ele, José Régio] tão descomandadas as manifestações com o mais grosseiro feiticismo, o mais chão paganismo, a mais rasteira idolatria – desde o ridículo dos programas que anunciavam a visita até às arengas de certo frade franciscano – , que deveras se indignou.» Hoje – 100 anos depois das aparições – o espectáculo grotesco que é fornecido pelos canais de televisão (ávidos de audiências) rivaliza com as arengas sobre o milagre obrado pelos pastorinhos na criancinha brasileira,  enquanto as figuras cimeiras do estado (laico) se ajoelham ante o jesuíta Bergoglio e a sua cúria. Com o devido respeito pelos crentes, continua a haver motivo de  indignação.

 

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