De novo o
alarde rútilo dos luzeiros de NataL, o colorido
das árvores,
a música que alastra sobre o plasmada noite. Estou do lado de cá da festa, na margem
do passeio, rente à sombra dos muros por onde crescem,
quando é tempo, os braços meigos das buganvílias.
Vejo de fora, através das janelas, o recorte de lentas
figuras de cera. Transportam no bojo, como numa
mala, a inexequível persuasão da vida, o pano gasto
de alegrias reeditadas em cada época. Nada me move,
nada me comove. Peço-te, por isso, que não venhas
agora: para além do mais seria de mau gosto
e nada adiantaria ao nosso caso. Deixa que se extingam
as volutas da quadra e procura-me depois, pela manhã
de um tempo mais verdadeiro e mais humano.
4 comentários:
Bom, como de costume. Abraço
Caro Ricardo, o José Rafael agradece. Grande abraço.
Para quando um livro do poeta José Rafael? Seria um bom acontecimento de 2013...
JOCA: para sonhar é melhor a dormir!
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