A declaração de Passos Coelho é
surpreendente e definidora da conta em que tem o povo português. Surpreendente
porque introduz no discurso político mais uma bastardia lexical (longe vai o
tempo em que os chefes da Nação se guiavam por padrões rigorosos de linguagem,
quando saíam formados por Coimbra e outras universidades prestigiadas e não por
escolas de vão de escada como as Lusíadas, as Lusófonas e outras que tais);
definidora da conta em que tem o povo que o elegeu porque admite que esse mesmo
povo possa ser capaz, naturalmente por estupidez, de não reconhecer o seu bom
trabalho ao serviço da causa pública.
Se Passos e a sua trupe estão a fazer (e
continuarão a fazer) um bom trabalho para salvar o País, se o povo o não reconhece
e vai dar os votos aos Seguros, aos Jerónimos e aos Loucãs, então é porque o povo
é estúpido ou não age como gente de bem. Pérolas a porcos, é o que Passos quer
dizer.
Só que Passos não desiste. As forças de
bloqueio em tempos invocadas pelo pior
presidente da república que Portugal já teve não o demoverão da sua missão! E
essa missão é: pagar rapidamente e até ao último cêntimo os empréstimos e juros que são
devidos à banca internacional – nem que para isso tenha de reduzir o povo à
miséria e perder as próximas eleições. De facto, que interesse pode ter uma
mísera vitória eleitoral num país pobre e atrasado se é possível aspirar a uma mais
alta carreira fora da choldra? No FMI, no BCE, em Berlim, Frankfurt ou Nova
Iorque há lugares que esperam pelos serventuários do capital financeiro
internacional. Aqueles que, com as suas políticas, mandam o povo para o
desemprego, nunca conhecerão em si semelhante flagelo. Portanto, QUE SE LIXEM AS
ELEIÇÕES!
2 comentários:
Não me enganei, eu sabia que ias escrever qualquer coisa sobre esta frase :)
Ao que cheguei - sou completamente previsível.
É que estou a aprender a arte do comentário político com o D. Januário Torgal Ferreira, e então há que exercitar.
Diabinhos negros... Vade retro Satana!
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