“Ele pensa que ela
tem uma vida secreta, uma zona de sombra que não revela aos amigos nem aos
familiares mais directos.”
“Como assim?”,
estranhou Lotário, passando os dedos pelo feltro duro do seu novo fez, acabado de
estrear.
“Ela é demasiado equilibrada
e forte para uma mulher que se diz sozinha, sem homem.”, acrescentou Mandrake,
enquanto fazia desaparecer, num passe de mágica, a laranja fulva que tinha na
mão. “Está apaixonado, já entrou naquela zona de perigo de onde só a magia o
pode tirar.”
“Estou a ver”,
articulou Lotário no seu falar arranhado, “mas é um caso que não nos diz
respeito, acho .”
Mandrake anuiu com um
gesto subtil de mãos. Xanadu respirava silêncios e tecnologias, o fim do dia
alaranjava-se de sonho. E disse:
“Mas temos de o ajudar.
Pela magia, pela hipnose ou por qualquer outra via. O amor…”
Mandrake pensava em
Narda, e calou-se.
1 comentário:
Uau! Mandrake! Um dos meus preferidos...:)
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