sexta-feira, janeiro 30, 2015

XANADU DO AMOR (6)

Mandrake fumava sob a macieira de Cockaigne plantada no seu jardim de Xanadu.
Pensava: – Ela dizia o que não sentia ou exactamente o seu contrário… Fazia-se forte para não ceder aos sentimentos, confiante de uma impassibilidade que não era sua… E ele acreditava no que ela dizia, levava-a a sério, era aliás a única pessoa que a levava a sério… Ele não avançava por temor de ser rejeitado, enquanto ela esperava pelos seus avanços… Mas como podia ele avançar por caminhos que ela própria tornara ínvios?
“Há fogos que se devoram a si mesmos”, disse Mandrake para ninguém.
Pensou: – O amor deveria ser simples como uma árvore ou uma pedra.

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