Mandrake vira-a uma
vez, na primeira linha das mesas, durante um espectáculo de magia. Não teria
mais de quarenta anos, o corpo era sólido, os seios pequenos. Os olhos tinham a
cor da luz do céu e na boca fulgia o brilho ardente dos frutos de morder. Tinha
feito voar uma pomba até à sua mesa, logo transformada em buquê de rosas, e ela
dera um gritinho de surpresa, tocando as flores num gesto sensual e terno.
Ele fornecia lâmpadas
e rolos de fio eléctrico para Xanadu. Fizera-se amigo de Lotário a quem
insistentemente pedia, como se nunca tivesse chegado a compreender as causas, que
lhe falasse da sua renúncia ao trono das Sete Nações Africanas.
O mago lembrava-se
com saudade das suas aventuras passadas: a luta contra o crime, mas também de
quando mediara Cupido na busca de uma mãe para o pequeno príncipe Randolph.
Agora, de novo, aproximava-se do filho de Vénus. Mandrake tinha um interesse
mágico pelas coitas de amor.
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