Diz Eduardo Lourenço que para se
perceber a «distância fabulosa» entre objectos poéticos revolucionários e outros
que o não são, basta comparar a “Saudação a Walt Withman” ou a “Ode Marítima” de
Álvaro de Campos com o “Cântico Negro” de José Régio. Em apreciação, a oposição
Orpheu / presença, revolução e contra-revolução.
Diga-se porém que “Cântico Negro”, sendo o mais celebrado dos poemas de Régio é
anterior à revista presença e, bem
vistas as coisas, até não era um poema assim tão celebrado pelo seu autor.
Claro que, nestes termos, Eduardo Lourenço não aceita a designação de Segundo Modernismo para a geração presencista. A presença , diz, não é continuação, mas sim, e simultaneamente, reflexão e refracção do Modernismo.
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