domingo, dezembro 06, 2020

KAZUO ISHIGURO

Li e continuo a ler os dois primeiros romances de Kazuo Ishiguro: As Pálidas Colinas de Nagasáqui (1982) e Um Artista do Mundo Flutuante (1986). Um aspecto que salta à vista: o confronto entre os valores de duas sociedades nos anos do pós-guerra – os valores do Japão tradicional e os da sociedade emergente. Em ambos os livros, a atracção dos mais novos pela cultura americana, o “sonho americano” em versão nipónica. Sachiko, personagem do primeiro romance, falante do inglês por influência familiar, sonha em emigrar para a América, nação onde a filha poderia aspirar a ser uma mulher de negócios ou uma actriz de sucesso. Oji-san, narrador do segundo romance, surpreende o neto Ichiro a brincar aos cowboys, assumindo a personagem de Lone Ranger celebrizada pelo cinema e pela banda desenhada. O avô tradicionalista ainda lhe recomenda que se fixe nos heróis samurais de antanho, como Yoshitsune. Não resultou, o que o menino queria era mesmo o herói Lone Ranger, Hi yo, Silver!

Sem comentários: