Relendo Erico
Veríssimo (Cruz Alta, 1905 – Porto Alegre, 1975) para me distrair de certas
leituras que faço por obrigação. P. 25 do meu livro:
«Eugénio tira o chapéu, passa a mão pelos cabelos. Tem na mente, numa inquietadora sucessão, as imagens das pessoas que sacrificou à sua carreira, ao seu egoísmo, à sua cega ambição. Fui um louco, um bruto – pensa ele. Considerava apenas o seu futuro, a sua ascensão na vida. A carreira estava em primeiro lugar. Depois, vinham os outros. Os outros… Os que o amaram sem pedir compreensões, os que não exigiram nada e lhe deram tudo. O pai, obscuro, humilde, humilhado, ferido de morte pela vida. A mãe, que sacrificara a sua mocidade ao marido, aos filhos, ao lar. Agora, estavam ambos mortos. Era o irremediável.»
Dois apontamentos sobre o paratexto: 1) O romance é dedicado a Mafalda, a mulher, de nome
completo Mafalda Halfen von Volpe (Pelotas, 1903 – Porto Alegre, 2003) que lhe
deu dois filhos: Clarissa, pois então, e Luís Fernando. 2) A breve nota da
portada com o título “Maurício”, nome que é «símbolo de uma funda amizade» e de «recordação dos sonhos de solidariedade humana», refere-se ao editor
e divulgador literário Mauricio Rosenblatt (Rosário, Argentina, 1906 – Porto Alegre,
1988).
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